Se nas décadas de 30 e 40 os beijos em público eram proibidos no Brasil, no Dia do Beijo, comemorado hoje, observamos que o ato de carinho também passou a ser usado como protesto em manifestações – especialmente contra a homofobia – e até em critério para desconto em promoções.
“É algo que vem sendo incorporado na nossa cultura e evoluiu nos últimos 20 anos. Percebemos que isso está crescendo muito no nosso País, felizmente. O beijo aproxima, revela intimidade. É o elo entre as pessoas independente dos papéis sociais que a pessoa exerce”, avalia a psicóloga Mariângela Salomão. De acordo com ela, esta evolução passa pelas relações familiares e também no comportamento social. Enquanto antes os cumprimentos eram apenas com apertos de mão, hoje amigos homens também estão usando o beijo em suas relações de amizade.
Despreparo
A psicóloga destaca que nos últimos anos o beijo entre casais homossexuais vem ganhando espaço, mesmo que o beijo de língua com cunho sexual ainda cause estranhamento. “A sociedade ainda não tem preparo para aceitar o beijo entre casais do mesmo sexo, mas isso está começando a se tornar mais comum agora”, observa.
Retorno à infância
Além da demonstração de carinho, ou protesto, o beijo também pode se revelar como possível retorno ao útero e aos períodos iniciais da infância a partir de sensações que ficam armazenadas em nosso inconsciente. “Em muitos momentos regredimos para a fase da infância, considerada a mais feliz da nossa vida. E o beijo pode se associar a isso, a conexão traz a sensação de bem estar”, explica o psicólogo especializado em antropologia, Mauro Godoy. Isto depende, de acordo com ele, da química entre o casal, sendo gerada as sensações agradáveis da infância.
