A Rua XV de Novembro, em Curitiba, foi palco ontem de uma manifestação em defesa dos direitos dos animais. Integrantes de diversas entidades de proteção animal se reuniram para protestar contra a utilização de bichos em circos. Eles se concentraram na Praça Santos Andrade e saíram em caminhada até a Boca Maldita, onde distribuíram panfletos informativos à população.
?O grande problema não é o que acontece no picadeiro, mas nos bastidores. Nos circos, os animais são submetidos a métodos cruéis de adestramento (como choques elétricos, corte nos dentes, utilização de ganchos e chicotadas). Não faz sentido eles passarem por tanto sofrimento apenas para nos divertir. Temos que viver em harmonia com os animais e entender que não somos superiores a eles?, disse a presidente da organização não-governamental SOS Bicho, Rosana Gnipper.
Os manifestantes pediam a aprovação de um projeto de lei em trâmite na Câmara de Vereadores de Curitiba que visa a proibição da entrada na cidade de circos que exibam animais. A idéia é que a Prefeitura deixe de conceder alvará para os organizadores dos espetáculos. ?Não somos contra os circos?, esclareceu Rosana. ?Somos apenas contra a exploração de animais nos espetáculos. Achamos que os circos devem valorizar o talento humano. Quem faz arte são os artistas. Nos circos, os animais são escravizados.?
Segundo a presidente da SOS Bicho, a violência contra os animais de espetáculos já é caracterizada pelo simples fato de os bichos terem sido retirados da natureza para viverem nos circos, perdendo o direito à liberdade e à vida selvagem. Durante a manifestação, os participantes também pediam às pessoas que passavam pela Rua XV de Novembro para que não levassem seus filhos a circos que utilizam animais. Com faixas e cartazes, eles colhiam assinaturas de apoio ao movimento.
?Enclausurados em jaulas minúsculas ou acorrentados, os animais de circo se alimentam, fazem as necessidades fisiológicas e dormem nos mesmos pequenos espaços onde são mantidos por toda a vida. Além disso, sofrem com longas viagens e com uma alimentação inadequada?, criticavam os manifestantes.