Os reflexos da violência crescente não se limitam às brigas em estádios de futebol. Nas casas noturnas, um local que seria, assim como os estádios, destinado ao entretenimento e ao lazer, os registros de incidentes como discussões que descambam para brigas são cada vez maiores. Alerta ao problema, a Associação de Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) estuda uma série de propostas para tentar coibir o problema e assegurar o direito ao lazer às pessoas, bem como evitar os prejuízos aos estabelecimentos ocasionados pelas confusões. A partir de uma lei já existente no Rio de Janeiro, os paranaenses pretendem sensibilizar a Assembléia Legislativa e criar uma lei para todo o Paraná.
?Queremos um trabalho preventivo, com o cadastramento de todos os freqüentadores da noite. Caso aconteça algum incidente, será mais fácil de identificar os culpados e puni-los?, diz Fábio Aguayo, diretor da Abrabar. A idéia não é fazer apenas o registro do nome e telefone do freqüentador, que pode ser forjado, mas agir como fazem os hotéis, com registro de dados mais detalhados. ?A ação também deve inibir os brigões, já que saberão que facilmente serão encontrados?, diz Aguayo.
Segundo dados da Abrabar, as brigas em bares e casas noturnas freqüentados por pessoas de classes média e alta, geralmente acontece por questões passionais. ?O sujeito se irrita com um esbarrão em sua garota ou por causa de olhares de paquera. Daí começa a confusão?. Já em casas freqüentadas por pessoas de menor poder aquisitivo, as confusões geralmente ocorrem por conta de rixas, especialmente entre gangues. ?Independente da origem das brigas, é preciso evitá-las. Uma vez registrados os causadores de confusão, eles poderão ser barrados nas casas, uma vez que cada uma delas receberá as fichas deles?. Outra medida é promover uma participação mais ativa da polícia, como por exemplo, solicitação de exames de corpo de delito na hora da ocorrência. ?Muitas vezes se perdem provas por demora na realização do exame. A polícia tem um papel fundamental nesse combate?, acredita Aguayo.
Calotes
Outra questão à qual a Abrabar está atenta é aos calotes que muitas casas noturnas recebem. Há casos variados, que vão de cheques sem fundo à repasse de cheques roubados e sustados. A partir do registro dos ?inadimplentes?, a associação acredita ser possível intimidá-los, resguardando o caixa das casas noturnas e bares.