Representantes de 21 bancos de olhos de doze Estados reúnem-se hoje (3) para discutir formas de estimular as doações e reduzir o tempo de espera para transplantes de córnea em simpósio promovido pela Associação Pan-Americana de Bancos de Olhos (Apabo), como parte da programação do 15.º Congresso Brasileiro de Prevenção da Cegueira e Reabilitação Visual que encerra-se hoje no município de Pinhais.
Durante o encontro, o oftalmologista Hamilton Moreira, de Curitiba, expõe a situação do Banco de Olhos da Universidade Federal do Paraná, onde a espera pelo transplante de córnea varia hoje de oito a doze meses, situação ainda considerada longe da ideal. Há pouco mais de um mês, o Banco de Olhos da UFPR recebeu R$ 65 mil do Ministério da Saúde para a compra de novos equipamentos.
Segundo dados da Apabo, no Brasil, cerca de 20 mil pessoas aguardam nas filas para o transplante de córnea. “Com a reestruturação física e gerencial de trinta bancos de olhos de todo o País, pretendemos mudar esta realidade, extinguindo as filas em um prazo de dois anos”, afirma Sato.
De acordo com o oftalmologista, diretor médico do Banco de Olhos do Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo, e coordenador do simpósio, outra frente importante deste projeto é o material humano. Segundo Sato, as longas filas de espera no Brasil ocorrem exclusivamente por falta de córneas para os transplantes. No Brasil, cerca de 3 mil transplantes de córnea são realizados anualmente. Nos EUA, o número é de 35 mil por ano.