Bancos de leite sofrem com falta de doadoras

Assim como a doação de sangue é importante para pacientes que necessitam de transfusão, a doação de leite humano é fundamental para crianças recém-nascidas cujas mães não podem amamentar ou que ainda não têm capacidade para mamar no peito, devendo receber o alimento de forma direta.

Na última quinta-feira foi comemorado o Dia Nacional de Doação de Leite Humano. Porém, os bancos de leite em funcionamento no País tiveram pouco a comemorar.

Em diversas regiões, faltam doadoras e o produto acaba se tornando escasso. No banco de leite do Hospital Evangélico, em Curitiba, por exemplo, a capacidade de estoque é de 180 litros mensais. Atualmente, estão disponíveis apenas 90 litros. Na UTI Neonatal ficam internados 25 bebês, que recebem em média 4 litros de leite por dia.

“A coleta média é de 100 litros por mês, mas existem perdas nos processos de testes e pasteurização do leite”, diz a coordenadora do banco do Evangélico, Luciana Holzbach. “Temos uma rotatividade de doadoras muito grande. Algumas mulheres voltam a trabalhar, após a licença maternidade, e acabam se desestimulando a fazer a doação. Outro problema é a falta de informação sobre a doação. Muitas mães acreditam que doar pode fazer com que falte leite a seu próprio bebê, o que não é verdade”.

Segundo Luciana, a doação é um ato bastante simples e de amor ao próximo. Também é benéfico à saúde e bem-estar da própria mulher que amamenta e produz leite em excesso, precisando esvaziar completamente as mamas para evitar problemas como mastite, uma inflamação das glândulas mamárias.

“Além de ajudar a salvar vidas, as mães que fazem a doação sentem um alívio muito grande ao fazer o esvaziamento total das mamas, entram em forma mais rápido e garantem uma produção adequada de leite a seus bebês”, afirma.

No Evangélico, as doadoras precisam disponibilizar apenas um pouco do próprio tempo para fazer a doação. Elas recebem orientações da equipe do banco de leite via telefone ou quando se dirigem ao hospital para aprender a fazer a correta retirada do alimento.

Posteriormente, é enviado um kit para a mãe. Após a retirada, o leite é coletado, na casa da doadora, por profissionais identificados que trabalham para o hospital e entregue ao banco, passando por teste de acidez, pasteurização e análise microbiológica.

Depois do controle de qualidade, o produto pode ficar armazenado, congelado, por até seis meses. A médica veterinária Taciana Guerius teve bebê no final do último mês de julho.

Com leite em excesso, ela descartava o alimento antes de ser alertada por uma pessoa da família sobre a possibilidade de doação. Assim que soube que poderia ajudar outras pessoas, entrou em contato com o banco de leite do Evangélico e logo se tornou doadora.

“Depois que aprendi a fazer a doação, tudo se tornou muito fácil e simples. Além do leite não faltar para meu bebê, tenho a satisfação de ajudar outras crianças. Tenho bastante leite e entrego ao banco três ou quatro frascos por semana. Aconselho todas as mulheres que amamentam a fazerem o mesmo”, diz.

As doações ao banco de leite humano do Evangélico podem ser feitas o ano inteiro, de segunda a sexta, das 8h às 17h. Maiores informações podem ser obtidas pelo telefone (41) 3240-5117. Outro banco de leite que recebe doações é o do Hospital de Clínicas, que também funciona de segunda a sexta, das 7h às 18h. Mais informações: (41) 3360-1867.

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