A briga entre a Associação de Prevenção da Cultura Cigana (Apreci) e o Banco do Brasil (BB) parece estar longe de acabar. Na última quarta-feira, durante audiência na 15.ª Vara Cível de Curitiba, segundo o presidente da associação, Cláudio Iovanovitchi, os representantes do banco não apenas defenderem o BB na denúncia de racismo contra ciganos, mas também questionaram o legalidade da instituição.
Iovanovitchi afirmou que a Apreci é uma ONG criada para defender e valorizar a cultura cigana. Em Curitiba são trezentos ciganos com residência fixa. Já em todo Brasil são 600 mil que vivem de maneira nômade. “Queremos desmistificar situações que são imputadas ao nosso povo. A ignorância leva ao medo, este por sua vez ao preconceito, que culmina na discriminação”, salientou o cigano.
Iovanovitchi destacou que a entidade não quer indenização por parte do BB. “Queremos que o banco use os recursos de incentivo a fundações e ao esporte também com o povo cigano”, relatou Iovanovitchi.
O departamento jurídico do Banco do Brasil, através de sua assessoria de imprensa, afirmou que em nenhum momento da audiência tentou desqualificar a entidade. Segundo o BB, as partes apenas se manifestaram em relação ao problema ocorrido há um ano.
Toda essa briga começou com os constrangimentos sofridos pelo presidente da associação ao tentar fazer uma retirada da conta corrente da Apreci na agência Seminário do BB, em Curitiba. Os cerca de R$120 mil foram depositados pela Sanepar, que através do Programa Conta Cultura da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, incentivava a associação. O problema é que o gerente do BB não liberou os recursos de imediato, supostamente agindo de maneira preconceituosa por Iovanovichi ser cigano.