Cerca de 125 mil servidores ativos do governo estadual começaram a pagar taxa de manutenção das contas do Banco do Brasil no último dia 15. O valor, que passou a ser cobrado depois de 21 meses de mudança das contas dos servidores do Estado para a instituição, varia de R$ 8,50 a R$ 24 para quem tem contas com qualquer tipo de benefício (cheque ou cartão de crédito, por exemplo). O Sindicato dos Servidores da Agricultura e Meio Ambiente (Sindiseab) protestou ontem contra a cobrança em nome dos funcionários públicos. Além de reclamar da cobrança, eles criticaram o fato de ter sido feita sem aviso prévio no meio do mês, quando muitas pessoas não têm dinheiro na conta.
?Nós não fomos avisados e a cobrança é extemporânea porque veio no meio do mês. Muitos servidores tiveram que passar o vexame de ir ao banco cobrir o saldo negativo por causa da taxa?, afirmou o diretor do Sindiseab, Roberto de Andrade Silva. Segundo ele, os servidores não esperavam pela cobrança porque na época da mudança das contas para o Banco do Brasil, ?isso não foi informado pelo governo do Estado?. Além disso, argumentou que outro motivo da surpresa foi que a transição das contas completou um ano em setembro do ano passado sem que a taxa fosse instituída. Por isso os servidores não esperavam mais o débito.
O lucro que o banco teve este ano também é um dos argumentos que Sindicato usa para pedir a isenção da cobrança. Considerando-se uma tarifa média de R$ 12 paga pelos 125 mil servidores do Estado, o rendimento mensal do banco seria em média R$ 1,5 milhão. ?O Banco do Brasil tem a exclusividade das contas do Estado e teve um lucro de R$ 1,41 bilhão só no primeiro semestre de 2007?, contabilizou.
A Secretaria de Estado da Administração limitou-se a explicar que a previsão contratual era de que a cobrança começaria um ano após a assinatura do contrato, em setembro do ano passado, acrescentando que os servidores foram informados. A justificativa da cobrança foi dada pelo próprio banco. ?O Banco do Brasil está levando um volume alto de investimentos em diversas áreas, como, por exemplo, agricultura familiar. O banco também multiplicou suas agências para levar à comunidade de todo o Estado os serviços bancários?, explicou o gerente do segmento de governo do Banco do Brasil no Paraná, Marco Sanches.
O gerente garantiu que o BB não vai obrigar qualquer servidor a pagar as taxas. ?Quem quiser pode fazer a conta-salário, que é isenta de taxas?. Com esse tipo de conta, os funcionários públicos têm direito a saque, número limitado de extratos e cartão de débito. Sanches lembrou também que o valor das taxas varia de acordo com a quantidade de benefícios que o correntista usa, mas pode até ser zerada por meio do plano de relacionamentos.