Bancários de Curitiba e região vão cruzar os braços por tempo indeterminado a partir da zero hora de quinta-feira. Em assembleia na noite de ontem, os trabalhadores rejeitaram a proposta patronal e aprovaram a greve. Um dia antes da paralisação a categoria se reúne em assembleia para organizar o movimento que deve atingir também o interior. Desde 2004, a categoria faz paralisações todo ano. Ano passado foram nove dias de mobilização, que resultaram em aumento salarial de 7,5%.
A decisão pela parada foi tomada porque, após três rodadas de negociações, os banqueiros propuseram apenas a reposição da inflação, o que significa reajuste de 6,1% sobre salários, pisos e demais verbas salariais. Mas os funcionários reivindicam 5% de ganho real mais inflação (11,93%); Participação nos Lucros e Resultados (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15; e piso de R$ 2.860,21 – correspondente ao salário mínimo calculado pelo Dieese conforme prevê a Constituição.
Além disso, a categoria pleiteia auxílios alimentação, refeição, 13.ª cesta e auxílio-creche/babá de R$ 678 cada; melhores condições de trabalho, com fim das metas abusivas e assédio moral; fim das demissões; mais contratações; combate às terceirizações; aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas; entre outros itens.
Adesão
“Esperamos que a grande insatisfação dos bancários se transforme em adesão a partir do dia 19. Acreditamos numa greve muito forte”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região, Otávio Dias. “Com ou sem crise, os resultados dos bancos são bilhões e, por ser um dos segmentos que mais lucram no País, entendemos que tem condições de atender as reivindicações dos bancários e melhorar em muito a proposta apresentada”.
A ideia é suspender o atendimento interno nas agências, interrompendo todas as operações que dependam de contratações de crédito e dos caixas. Segundo Dias, o autoatendimento deve ser mantido, para saques, depósitos e pagamentos. Dos 26,5 bancários do Paraná, 18,5 mil estão na Grande Curitiba.