A balsa foi levada na manhã de ontem para a Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu. |
A balsa usada para a travessia do Rio Iguaçu, em Capanema, que servia como ligação na Estrada do Colono, foi levada na manhã de ontem para a Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu. Conforme assessoria de imprensa da hidrelétrica, a pedido da Capitania dos Portos do Rio Paraná, em Foz, e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a empresa concedeu o direito de passagem pela barreira de entrada na usina à balsa. Lá ela será utilizada como ancoradouro para operações no lago de Itaipu.
Através de contrato de comodato, a Marinha Brasileira dispõe de uma área na Itaipu, junto à barragem da usina, onde a balsa foi ancorada. A partir de agora, ela ficará sob a responsabilidade da Capitania dos Portos.
A balsa foi objeto de conflitos entre moradores de Capanema e policiais federais na última quarta-feira. Há uma semana, um grupo de quinhentas pessoas invadiu a área do Parque Nacional do Iguaçu, onde ficava a estrada do colono. O movimento liderado pela Associação de Integração Comunitária Pró-Estrada do Colono (Aipopec) pretendia fazer com que a estrada que liga o Oeste ao Sudoeste fosse reaberta. Todavia, por decisão judicial eles foram retirados.
Daí surgiu o problema da balsa. Ela seria usada na passagem de veículos no trecho da estrada que é cortado pelo Rio Iguaçu. Por isso, a Justiça Federal, junto com a reintegração de posse determinou que ela fosse retirada do local e destruída. Os moradores de Capanema, mesmo depois de ser retirarem do parque, pretendiam que a balsa continuasse como símbolo da luta pela reabertura da Estrada do Colono. A Aipopec ingressou com ação no Tribunal Regional Federal da 4.ª Região pedindo a reabertura da estrada e em conseqüência a utilização da balsa.
Na quinta-feira, a PF montou acampamento nas duas estradas da Estrada do Colono, impedindo que os moradores tentem reabrir o trecho de 17,6 quilômetros dentro do parque. (Lawrence Manoel)
Osmar anuncia projeto
Ao registrar que 22 colonos ficaram feridos em conflito ocorrido entre policiais e agricultores que defendem a reabertura da Estrada do Colono, no Parque Nacional do Iguaçu, o senador Osmar Dias (PDT) anunciou em plenário que apresentará aos governos federal e do Paraná um projeto técnico que viabilize a utilização da estrada e a preservação do parque.
“A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse que o parque é patrimônio da humanidade. Mas quando foi considerado patrimônio da humanidade, a estrada já existia. E ninguém mais do que a população do entorno do parque é responsável pela sua preservação”, afirmou.
Alvaro condena violência
Condenando a violência com que os manifestantes que querem a reabertura da estrada do colono foram reprimidos, o senador Alvaro Dias (PSDB) fez ontem um apelo para que sejam desarmados os ânimos e se busque um entendimento em torno da liberação do tráfego naquela estrada. Ele lamentou que um projeto do seu governo para a abertura de uma estrada parque naquele local tivesse sido bombardeado por ambientalistas, que conseguiram na justiça impedir o inicio da obra.
O senador diz reconhecer a importância do Parque Nacional do Iguaçu, mas afirma que uma estrada nos moldes da que seu governo planejou com proteção ambiental e cuidado na preservação da fauna em nada prejudicaria o parque.