Graças ao projeto da Organização Não governamental Bombinhas Ação Laços e Braços (Balb) ir ao dentista não é problema para os moradores da Ilha do Teixeira, no litoral do estado. O índice de cáries em crianças entre 6 e 12 anos que era de 95% deve chegar a zero até o fim do ano. Os adultos também receberam atendimento que incluiu a entrega de próteses.
O coordenador do projeto, o dentista Carlos Machado Justo, conta que os moradores da ilha vivem em situação de extrema pobreza e não teriam condições de pagar por um tratamento odontológico. "Lá não é nem o terceiro mundo, mas sim o quarto", relata.
Cerca de 65% das cáries em crianças com idade entre 6 e 12 anos já estavam em um estágio bem avançado, provocando dores. Mas graças ao trabalho da ONG, os cerca de 200 moradores estão com o sorriso em dia. Desde junho, já foram realizados 2.364 consultas clínicas, a maioria em crianças. Entre os atendimentos estão 344 raio X, 99 tratamentos de canal, 1.370 restaurações e a entrega de 47 próteses. Até o fim do ano serão mais 25.
Agora Carlos e a mulher, que também é dentista, estão se mudando para Santa Catarina. Eles vão voltar à ilha uma vez por mês só para fazer a manutenção do trabalho. "Não há mais porque ficar", fala. A nova morada deve ser Porto Belo ou Bombinhas (SC). Eles estão tentando patrocínio junto a prefeituras para dar continuidade ao trabalho.
Na Ilha do Teixeira várias entidades ajudam no projeto, entre elas a 1.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, o Conselho Regional de Odontologia, Associação Brasileira de Odontologia e a família Balaroti, que é moradora da ilha.
O mesmo trabalho era feito na Ilha do Mel, mas a Prefeitura de Paranaguá não renovou o convênio em 2004. Um dos motivos alegados é que seria construído um posto de saúde no local. Mas até agora a promessa não saiu do papel e os cerca de 600 moradores estão sem assistência. Apenas o projeto voltado para a educação vai ter continuidade na ilha. A moradora Sabrina Ollas, que é técnica em higiene bucal, ficará encarregada das atividades.