Baixa vazão do Rio Iguaçu seca quedas nas cataratas

A estiagem que afeta o Paraná, além de ameaçar o abastecimento na região da capital, também mudou a paisagem das Cataratas do Iguaçu. Na região oeste, onde o inverno deu lugar a temperaturas elevadas, chegando até a casa dos 30ºC, a vazão do Rio Iguaçu se aproxima da mais baixa já registrada na história, revelando paisagem diferente e secando algumas quedas d’água nas cataratas. Em Curitiba, o racionamento ainda não foi marcado, mas seu planejamento já está agendado para a semana que vem. Ontem, a Sanepar fechou a barragem do Iraí, usando apenas a do Piraquara para abastecer a capital e região.

Nas cataratas, as rochas, antes submersas, agora demonstram a vegetação subaquática e os paredões que deram origem a um dos mais belos cenários do mundo. Algumas cachoeiras secaram e o leito praticamente deixou de passar por baixo da passarela principal. O monitoramento hidrológico da Bacia do Iguaçu, feito pela Copel, demonstra que o volume atual é de 298 metros cúbicos por segundo, contra os usuais 1,5 milhão m3/s. Desde que o monitoramento começou, em 1982, a menor vazão já registrada foi 134 metros cúbicos por segundo, em 1988.

A programação turística no Parque Nacional também foi alterada. Como as represas no leito do Iguaçu foram fechadas, o nível do rio é insuficiente para navegação e o Macuco Safári (passeio de barco que aproxima o turista das quedas) está inoperante desde o último domingo (16). Mesmo assim, o turismo continua em alta, ajudado pela temperatura: em Foz, ontem à tarde, a média era de 25ºC. Na região oeste, entretanto, os termômetros já chegaram a marcar 30ºC. A cidade mais quente é Guaíra, também fronteira com o Paraguai. Os dados são do Instituto Tecnológico Simepar.

Na região de Curitiba, o cenário não é muito diferente. O problema maior, no entanto, é com relação ao abastecimento. De acordo com o gerente de Produção da Sanepar, Paulo Raffo, a avaliação para início do racionamento se aproxima à medida que diminui a quantidade de água nos reservatórios. "Depois que chegar aos 30% (da capacidade total), teremos de fazê-lo", reafirma. No Iraí, se for consumido mais 3% da água restante, esse nível, considerado crítico, será atingido. "Hoje – ontem – estamos usando apenas o Piraquara para ter mais controle sobre o consumo. Em um dia já baixou oito centímetros, o suficiente para abastecer uma cidade de 90 mil habitantes durante um mês", compara o gerente. Isso demonstra a pouca economia feita até agora pela população – cerca de 7% – contra os 20% pedidos pela Sanepar.

De acordo com o meteorologista do Simepar, César Duquia, os efeitos da próxima frente fria que chega ao Estado devem ser sentidos no domingo, quando aumenta a nebulosidade. Chuva só em meados da semana que vem. "O ar está muito seco e, mesmo com a frente, a perspectiva de chuva é baixa", ressalta. Isso significa que, ainda que venham, as precipitações devem ser fracas, seguindo o padrão que se mantém desde o outono.

Desabastecimento

A Sanepar realiza hoje serviço de melhoria na rede que abastece os bairros Água Verde, Fanny, Fazendinha, Guaíra, Lindóia, Parolin, Pinheirinho, Seminário, Vila Izabel, Capão Raso, Novo Mundo, Portão e Santa Quitéria, em Curitiba. O serviço terá início às 10h e a normalização do abastecimento está prevista para as 6h de amanhã. O mesmo serviço será feito no bairro Atuba, em Pinhais, com início às 8h30 e previsão de normalização para 14h. 

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo