A pouca chuva de agosto e dos primeiros dias de setembro diminuiu consideravelmente o nível das água dos reservatórios paranaenses. Mesmo com uma situação relativamente controlada, a estiagem já deixa de sobreaviso órgãos como a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), por exemplo. As previsões também não animam muito. Segundo o Sistema Meteorológico do Paraná (Simepar), não acontecerão chuvas fortes nos próximos cinco dias.
O coordenador da Área de Produção da Sanepar para a Região Metropolitana de Curitiba, Agenor Zarpelon, explicou que ainda há uma certa folga apesar da estiagem. Mesmo assim, a empresa sabe que se a situação persistir nos próximos meses terá que lançar uma campanha de racionamento.
O abastecimento da capital é dividido em dois grandes blocos. A região oeste da cidade é abastecida pela água vinda da Represa do Passaúna, que está cheia com 45 milhões de metros cúbicos d?água. Já o Centro e o Leste dependem do conjunto de 81 milhões de litros dos reservatórios do Iraí e de Piraquara. Eles estão com 62% de sua capacidade total. “As duas estações de tratamento produzem 406 mil metros cúbicos por dia. 70% disso vem das represas e os outros 30% diretamente dos rios. Nosso cálculo é de que se não houver boas chuvas, a água será suficiente para 120 dias”, contou. Zarpelon disse que se a capacidade chegar em 50% inicia-se imediatamente uma campanha para o uso racional da água. Segundo a assessoria de imprensa da Sanepar, Guaraqueçaba está passando por um rodízio de água devido à estiagem.
O meteorologista do Simepar, Samuel Braun, explicou que uma frente fria mantém o céu encoberto na maior parte do Estado hoje. Mas uma massa de ar frio e seco se aproxima, ocasionando no máximo chuviscos nos próximos dias. Marcelo Brauer, também do Simepar, explicou que choveu no mês de agosto entre 40% e 80% do esperado pela média dos últimos anos. Curitiba foi a cidade mais prejudicada. Na capital choveu apenas 10% do esperado. “Mesmo assim, o inverno apresentou um nível pluviométrico quase normal na capital”, disse.
Sem problemas
Conforme a assessoria de comunicação da Companhia Paranaense de Energia (Copel), o princípio da solidariedade adotado pelo sistema energético do Brasil faz com que a falta de chuvas numa determinada região não prejudique o abastecimento. O volume médio nos reservatórios do Sul do Brasil está em 45%. Mas os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estão com 58% de seu volume, o que é satisfatório. Nessas regiões a fluência média de água está em 80% da média histórica.
No Paraná o reservatório de Foz do Areia está com 35% da capacidade, o Capivari-Cachoeira com 53% e o do Vossoroca com 67%.