Bactéria vai combater mau cheiro no centro de Curitiba

Uma espécie de microorganismo que se alimenta de matéria orgânica é a solução temporária para o mau cheiro que hoje incomoda quem trabalha e circula pela região central de Curitiba. O objetivo do projeto desenvolvido pela Prefeitura é eliminar os restos de esgoto doméstico presentes nas galerias de águas pluviais do Centro da cidade.

O problema incomoda quem trabalha na região. Roseli Wozniak, gerente de uma ótica na Rua Monsenhor Celso, afirma que o problema é pior quando há um longo período sem chuvas. ?Essa semana o cheiro até que está mais fraco. Mas na semana passada estava insuportável?, reclama. Já a vendedora Jane de Jesus Almeida, que trabalha em uma loja na Rua Barão do Rio Branco, diz que o odor desagradável de esgoto aumenta na hora do almoço. ?É desconfortável. Hoje mesmo senti aquele cheiro forte na frente do restaurante?, relata.

De acordo com José Marcello Silva de Carvalho, da Águas Puras Tecnologia para o Meio Ambiente, empresa contratada para efetuar o serviço, o processo não é novo e já é utilizado nos Estados Unidos há 40 anos, sendo ambientalmente seguro. Na pesquisa de desenvolvimento, foram isoladas bactérias de diversos tipos de esgoto até a obtenção de uma variedade utilizável para o transporte dos microorganismos. ?Durante o processo também foram desenvolvidos vários tipos de cepas, uma adequada a cada tipo de esgoto?, explica.

Segundo ele, as bactérias são jogadas nas galerias, cada uma delas com a capacidade de produzir cinco bilhões de outras colônias de microorganismos. ?O ciclo de reprodução dessa espécie é de 36 horas. Durante esse período, a quantidade deles cresce em progressão geométrica, e vão se alimentando?, informa. Após o período reprodutivo, o material resulta apenas em água e gás carbônico. ?Não há danos para o meio ambiente. Após as 36 horas, os microorganismos morrem de exaustão ou inanição.?

Mas a solução pode ser considerada apenas um paliativo. O sistema de águas pluviais, que deveria receber apenas água da chuva, tem ligações clandestinas de esgoto doméstico. ?É um sistema doente. A ação dos microorganismos vai apenas aliviar o problema, mas é necessário acabar com os despejos irregulares?, aponta Carvalho.

A Prefeitura reconhece o problema e promete trabalhar para sua solução. ?Sozinha, a bioremediação não vai eliminar o mau cheiro. É preciso descobrir quem polui a rede e transferir as ligações clandestinas para a rede de esgoto?, disse o secretário de Obras Públicas, Mário Tookuni.

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