Bacia do Rio Pequeno sob proteção

O governador do Paraná, Roberto Requião, assinou decreto que inclui a bacia do baixo Rio Pequeno na área de mananciais de interesse da Região Metropolitana de Curitiba, declarando-a área de proteção especial. Segundo a diretora do Meio Ambiente e da Ação Social da Sanepar, Maria Arlete Rosa, a medida visa evitar a instalação de indústrias e impedir a ocupação domiciliar na região, tornando-a uma área com o fim específico de abastecimento. Para ela o decreto é um avanço de política de compromisso com a qualidade de vida da população de Curitiba e da Região Metropolitana.

A diretora afirma que a medida deverá trazer algumas mudanças para a bacia do Rio Pequeno. Segundo ela, as dezessete famílias que moram no local vão ter de ser relocadas. Estão também sendo discutidas as ações que deverão ser desenvolvidas para impedir novas posses. "Temos um convênio com a Polícia Florestal para a vigilância. Além disso, para evitar novas invasões, estamos fazendo um projeto de parque", afirma.

O decreto publicado no Diário Oficial traz as justificativas da decisão. A primeira é de ordem quantitativa, pois o Rio Pequeno fornece uma vazão mínima ao redor de 720 litros por segundo para a captação da Sanepar situada no Rio Iguaçu, ao lado da BR-277. De acordo com decreto, a eliminação desse manancial significaria desabastecer uma população de 247 mil pessoas e afetaria 68% da população de São José dos Pinhais.

O segundo aspecto diz respeito à boa qualidade do manancial, que contribui para uma melhor qualidade média da água captada pelo sistema de abastecimento da Sanepar na região. Consta no decreto do governador também que "para que a Sanepar continue a utilizar esse manancial, há necessidade de preservar sua qualidade".

Rosa diz que o antigo governo estadual havia retirado o decreto que colocava a bacia do baixo Rio Pequeno da área de mananciais, com o interesse de instalar o distrito industrial de São José dos Pinhais. De acordo ela, os efluentes do distrito são tratados, recebem supervisão da Sanepar e não causam impactos ambientais.

Educação ambiental

O diretor de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Marcos Sorretino, informou ontem, em entrevista coletiva, que a estratégia do governo federal é de propiciar mudanças estruturais e culturais, no que diz respeito à educação ambiental. Segundo ele, programas educacionais são essenciais e é preciso unir esforços das três esferas de governo, para que as iniciativas sejam convergentes.

Sorretino ressaltou a necessidade de não apenas informar, mas também de educar de forma continuada, provocando mudanças de comportamento da população. Para que isso ocorra, estão sendo desenvolvidos quatro tipos de ações: formação de estruturas educadoras; formação de formadores; foros de debates; e atividades de educomunicação ambiental, que incentivem a difusão de informações através de rádios comunitárias, internet, entre outros meios.

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