Relatório

Auxílios-doença por acidentes diminuem

Segundo o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), de janeiro a julho de 2009 foram concedidos – em Curitiba, municípios da região metropolitana e litoral do Paraná -3.187 auxílios-doença acidentários, aos quais têm direito pessoas que precisam ser afastadas do trabalho por mais de quinze dias. No mesmo período deste ano, nas mesmas regiões, foram 2.546 benefícios.

Um acidente é caracterizado como de trabalho quando ocorre no local e no horário de serviço da pessoa que executa atividade profissional. No Paraná, o número de ocorrências do tipo tem caído com o passar dos anos, principalmente devido à maior consciência sobre a necessidade do uso de dispositivos de segurança em máquinas e de equipamentos de proteção individual. Porém, os dados ainda são considerados alarmantes.

“A tendência é de que os acidentes de trabalho caiam ainda mais, mas eles infelizmente ainda continuam acontecendo. Na Medicina do Trabalho, sempre existe uma tendência de se atribuir a culpa ou a responsabilidade pelo acidente ao próprio trabalhador acidentado. Quando se faz isso, as medidas preventivas são deixadas de lado. É preciso prevenir os acidentes no meio ambiente em que o trabalho acontece e equipar as máquinas com dispositivos de proteção”, comenta a médica perita do INSS, Kéti Patsis, que é especialista em Medicina do Trabalho.

Também é comum que o maquinário das empresas seja dotado de equipamentos de segurança, mas que os mesmos sejam retirados para facilitar ou agilizar o serviço dos usuários.

As partes do corpo mais afetadas por acidentes de trabalho, de acordo com Kéti, são os membros superiores. Mãos e braços costumam ser atingidos por cortes ou fraturas. Já os pés, pernas e tornozelos também costumam ser bastante sujeitos a feridas e entorses (torções).

Alguns acidentes, como por exemplo quedas de grandes alturas (como de prédios ou caminhões), são menos comuns. Porém, quando acontecem, geralmente são considerados bastante traumáticos, podendo gerar problemas irreversíveis à saúde do trabalhador.

Alguns setores que registram acidentes do tipo são a construção civil e as marmorarias. Estes dois segmentos são, conforme informações do INSS, campeões em acidentes de trabalho no Paraná.

Na construção civil, existem riscos porque os trabalhadores atuam em prédios onde as paredes são inexistentes, objetos são deixados pelo chão, muitas máquinas são utilizadas e existe corte de tijolos, azulejos e pisos. Atualmente, no Estado, existem cerca de 80 mil pessoas atuando na área.

“A construção civil é um setor de trabalho pesado e onde os acidentes costumam ser bastante comuns”, confirma o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil no Paraná, Domingos Oliveira Davide. “Muitos empregadores ainda não fornecem equipamentos de proteção ou não exigem que os mesmos sejam utilizados”.

Já nas marmorarias, o risco se deve ao manuseio de pedras muito pesadas e de difícil transporte. “No Paraná, muitos empregadores de marmorarias até fornecem equipamentos de proteção a seus trabalhadores. Porém, fornecem equipamentos inadequados ou não ensinam como utilizá-los de forma correta. Além disso, em muitas empresas não existem comissões internas de prevenção de acidentes (cuja presença deve ser obrigatória em organizações com mais de vinte funcionários) ou uma pessoa designada a cuidar das ações de prevenção”, comenta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Mármore e Granito no Paraná, Ilson Kondratoski. Em Curitiba e região metropolitana, existem cerca de 2 mil trabalhadores em atividade em marmorarias.

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