Auxílio na procura de desaparecidos

A Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, ligada à Presidência da República, pretende criar um núcleo de artistas forenses que possam oferecer o serviço de envelhecimento digital a partir de fotos para auxiliar o trabalho de procura em todo o País. Atualmente os trabalhos são feitos independentemente em cada estado.

Durante a semana, 15 especialistas, entre eles cinco de outros países da América do Sul, estiveram reunidos em Curitiba no 1.º Treinamento Internacional em Técnicas de Projeção de Envelhecimento. Um dos maiores especialistas em envelhecimento digital do mundo, Glenn Miller, supervisor da Unidade de Imagem Forense do National Center for Missing and Exploited Children (Ncmec), coordenou o curso. "Atualizamos as informações e aprendemos as ferramentas para se chegar mais rápido ao resultado final", disse o coordenador de Arte Forense da Polícia Civil de São Paulo, Sidnei Barbosa. Segundo ele, Miller chamou a atenção principalmente sobre os pequenos detalhes que às vezes são fundamentais na identificação de uma pessoa desaparecida há vários anos.

O software utilizado pelos peritos brasileiros e norte-americanos é o mesmo – Photoshop -, mas no Ncmec a preocupação com os detalhes vem sendo aprimorada há pelo menos 12 anos, quando Mil-ler deixou a carreira de policial civil e passou a integrá-lo. No cenário ideal, ele trabalha com fotos da criança desaparecida e dos pais. "Procuramos captar as características genéticas únicas e transferir para a imagem progredida, emprestando as características mais maduras da face do pai ou da mãe", disse.

Segundo o especialista, a técnica de envelhecimento já ajudou a localizar cerca de 550 crianças desde 1992 nos Estados Unidos. Uma delas foi uma menina de 14 anos reconhecida por uma colega de escola após ver a foto em um serviço de mala direta. A menina, que ficava sob a guarda do pai, tinha sido levada pela mãe havia alguns anos de Chicago para Fênix. O banco de dados da organização possui cerca de 17 mil fotos envelhecidas digitalmente de crianças desaparecidas de todo o mundo, inclusive do Brasil.

De acordo com o coordenador da Rede Nacional de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos, Alexandre Reis, as informações são de que cerca de 40 mil desaparecem todos os anos no Brasil. No entanto, 80% são por curta duração, ficando fora de casa até 48 horas e retornando espontaneamente. Cadastrados na rede há aproximadamente 250 casos de longo tempo. No entanto, ele acredita que não representa nem 10% do número real. Uma parceria está sendo fechada com o Ministério da Justiça e Secretaria Nacional de Segurança Pública para conseguir as informações de todas as delegacias.

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