A Prefeitura de Curitiba aguarda um parecer da Justiça para auxiliar os moradores que ocupam um barracão no Boqueirão incendiado há uma semana por conta de um curto-circuito. Na quarta-feira, a Procuradoria do Município entrou com pedido junto à 3.ª Vara da Fazenda da capital solicitando permissão para derrubar o que restou da estrutura e fazer a limpeza do local, possibilitando aos moradores retornar à área. Há oito anos, as 32 famílias de catadores ocupam o terreno pertencente à massa falida de uma empresa. Eles lutam na Justiça pela posse do local e direito à moradia regular.
O drama dos moradores foi mostrado por O Estado esta semana, dias depois que o barracão foi interditado, obrigando as famílias a se amontoarem em barracos improvisados nos entornos do terreno. Como existe uma disputa judicial no caso, envolvendo de um lado os antigos donos do imóvel com o pedido de reintegração de posse e, do outro, os moradores reivindicando a área por usucapião, ficou acertado junto às ONGs que respondem pelas famílias e representantes do governo municipal que o auxílio seria solicitado à Justiça. ?Pedimos a autorização para que possamos entrar e, após efetuar os serviços, cobrar junto à massa falida o ressarcimento das despesas?, afirma o administrador regional do Boqueirão, Pablo Morbis. A resposta do juiz ainda é aguardada.
A permanência dos moradores no local é assegurada pela Justiça até que os trâmites judiciais se concluam. Enquanto isso, a Fundação de Ação Social do município está distribuindo alimentos às famílias. Em paralelo, um processo de regularização fundiária é estudado no local.
