Aumento da violência eleva venda de alarmes

“Segurança nunca é demais.” Quem afirma é a dona de casa Kênia Ribeiro, de 37 anos, moradora do bairro Batel, em Curitiba. Ela, como muitas outras pessoas de capital, sempre se preocupou com a violência, e por isso mesmo, já tomou algumas providências para evitar qualquer problema em sua residência. Morando há três meses em uma das regiões de classe alta da cidade, Kênia instalou alarme interno e externo no local, e além disso reclama que o policiamento no bairro é muito pequeno. “Morei no Juvevê antes de mudar pra cá e as viaturas sempre faziam ronda. Isso passava mais segurança. Aqui, onde o nível de vida é mais alto, quase não vejo o policiamento”, diz.

Simples precaução ou neurose? O que se sabe é que a insegurança nas grandes cidades têm sido o motivo do crescimento nas vendas e instalações desses equipamentos nos últimos anos. Segundo a Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosed), somente nos cinco primeiros meses desse ano, foram 141 autorizações para instalação de cerca elétrica, monitoramento eletrônico ou alarmes internos e externos. Em todo o ano passado, foram registradas 200 autorizações.

A instalação desses equipamentos era proibida até alguns anos atrás pelo código de obras da Prefeitura. Hermes Peyerl, coordenador técnico do Cosed, informou que algumas regras foram estabelecidas pelo Decreto 93/2004, para que os equipamentos fossem instalados. Uma delas se refere à altura do primeiro fio da cerca elétrica, para evitar qualquer tipo de acidente.

“Como existe a ameaça da violência e atendendo a solicitação do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-PR), o Cosed acatou a determinação e passamos a regularizar esses procedimentos. Antes era proibido, agora se tornou comum”, explicou Hermes. “Sem dúvida, até o final deste ano teremos superado as 200 instalações que ocorreram em 2003. Está se tornando comum não somente em residências, mas em edifícios e inclusive em indústrias”, completa.

O proprietário de uma empresa de segurança na capital, Sérgio Lobo, conta que mesmo com o alto custo das instalações, uma nova fatia de mercado está se criando. Ele afirma que além de consultas, alguns serviços foram e continuam sendo prestados em residências de famílias da classe C. “Mesmo tendo alto custo, esses equipamentos estão sendo procurados de forma constante. Todo mundo quer preservar seu patrimônio”, explica. Sérgio destaca que a entrada da tecnologia nos aparelhos de segurança fez com que o preço do serviço subisse nos últimos anos. “A área de segurança está aliada à informática. E, para ser competitivo e oferecer o melhor serviço, tem que entender de tudo”, afirmou.

Conselho

Segundo Sérgio Lobo, nem todo o equipamento de segurança é capaz de evitar um arrombamento, caso os donos das residências cometam alguma falha. Ele destaca que qualquer fresta de uma das janelas pode favorecer a entrada de marginais. “Fazemos de tudo para que as pessoas se sintam seguras, mas ninguém pode dar espaço para o azar”, alertou.

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