Auditores fiscais vão paralisar semana que vem

A morte dos auditores fiscais do Ministério do Trabalho que ocorreu esta semana em Minas Gerais, deve deflagrar, na próxima semana, uma paralisação nacional da categoria. Ontem, em Curitiba e outras capitais do País, eles realizaram uma manifestação denunciando a situação caótica em que trabalham. Falta segurança e gente para dar conta do trabalho. Só no Paraná surgem por mês entre 500 e 700 denúncias. Mas a categoria consegue verificar cerca de 250.

O presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho no Paraná, Luiz Felipe Bergmann, diz que a morte dos colegas expõe para o País a fragilidade da segurança durante os trabalhos realizados pela categoria. A partir de agora, eles vão exigir presença policial para realizar qualquer fiscalização em fazendas. Normalmente, a medida só era adotada quando se tratava de trabalho escravo. Bergmann fala que a situação no Estado também é preocupante. Não houve mortes, porém as ameaças são constantes.

O trabalho escravo se caracteriza pelo não pagamento de salários, os trabalhadores são obrigados a adquirir mercadorias no próprio local de labor e ainda são impedidos de deixar o serviço sem saldar a dívida. No Paraná, não há notícias de trabalho escravo, mas alguns trabalhadores vivem situações semelhantes, sobretudo no campo. Os principais problemas se referem à falta de registro, atraso no pagamento de salários, patrões que não fornecem ambiente adequado de trabalho nem de instalação. A higiene e a alimentação são precárias.

O pior de tudo isso é que os auditores fiscais não dão conta do serviço. Bergmann afirma que menos da metade das denúncias são apuradas no Paraná. Além disso, muitos processos ficam parados por longos períodos já que também falta pessoal interno. Segundo Bergmann, em todo o País existem 3,2 mil auditores na ativa. Apenas 2,5 mil realizam trabalhos externos. No Paraná atuam 140 profissionais. Para o presidente da associação, seriam necessários pelo menos quatro vezes mais profissionais.

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