Os auditores fiscais do trabalho do Paraná protestaram ontem pela manhã contra o superintendente Regional do Trabalho e Emprego, Neivo Beraldin. De acordo com os manifestantes, a administração de Beraldin à frente do órgão público tem prejudicado as ações de fiscalização e reduzido a autonomia de trabalhos dos auditores em campo. Por volta das 10h da manhã, cerca de 50 auditores protestaram em frente à sede do órgão e depois seguiram em caminhada até o Hotel Bourbon, onde ocorria o Fórum Nacional de Secretarias do Trabalho, que contou com a participação do ministro do Trabalho, Manoel Dias.

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Segundo Fábio Ubirajara Campos, presidente da Associação dos Auditores-Fiscais do Trabalho no Paraná (AAFT/PR), integrantes da classe de todo o Estado estão sem competência necessária para realizar auditorias. “Hoje, quando fiscalizamos, não temos autonomia de autuar, fechar ou multar um ambiente de trabalho com risco aos empregados. É preciso fazer laudo, enviar ao superintendente para depois, com a autorização dele, tomar as ações cabíveis. Conversamos com o ministro e fizemos nossos requerimentos, inclusive pedindo a saída do atual superintendente”, explica Campos.

Demora

Maria Teresa Pacheco Jensen, auditora-fiscal e integrante da AAFT/PR, afirma que Beraldin não tem competência técnica para avaliar os laudos elaborados pelos auditores. “Não é a formação dele e muitas vezes para fazer avaliação mais técnica e elaborada é preciso pelo menos ter conhecimento básico sobres normas específicas que constam na auditoria. Além disso, com essa centralização, o pessoal do interior perde muito tempo. Imagina o fiscal de Foz de Iguaçu tendo que enviar laudo para Curitiba e ainda aguardar a aprovação do superintendente”, lamenta.

Superintendente segue lei

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De acordo com Neivo Beraldin, as reivindicações e reclamações dos auditores não procedem e os processos de aprovação dos laudos seguem a lei. “Essa prática já era executada com o antigo superintendente. Eu aplico o que está escrito no regimento do Ministério do Trabalho e na CLT. É de competência do meu cargo. Um fiscal não pode fazer o que bem entender e interditar e desinterditar uma empresa da boca para fora”, rebateu o superintendente regional do Trabalho e Emprego.