Os auditores da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) fizeram ontem uma manifestação em frente a sede do órgão, no centro de Curitiba. A categoria quer a aprovação de uma medida provisória, com emendas indicadas por eles, que contempla, entre outros pontos, a paridade salarial, atribuições da carreira a gratificações pela maior referência. Durante duas horas, os serviços de homologação de contratos, plantão de orientação ao público e mediações individuais e coletivas foram suspensos.
O diretor-presidente da Associação dos Auditores Fiscais do Trabalho, Nailor Grossel, explicou que tramitava no Congresso, há três anos, uma medida provisória que visava regular as carreiras dos fiscais da Receita Federal, Previdência e Trabalho. No início do ano, os trabalhadores conseguiram junto aos deputados a inclusão de algumas emendas à medida que beneficiariam a categoria. Porém, quando ela estava para ser votada, o governo baixou nova MP, que acabou derrubando as emendas. Grossel comenta que a categoria vem se mobilizando para manter esses benefícios.
Entre eles estão a paridade salarial entre servidores ativos e aposentados e manutenção das atribuições da carreira passando pelo Legislativo. Quanto as gratificações, os servidores querem que ela seja pela maior referência. Grossel explica que hoje a categoria recebe as gratificações de acordo com a produção, variando de zero a 50%, enquanto os salários oscilam entre R$ 2.200 a R$ 4.500. “Por isso queremos que as gratificações incidam sobre os maiores valores”, disse. Os servidores também querem a revogação de outra medida que baixou o salário inicial de R$ 4.200 para R$ 3.200. Isso segundo Grossel, não estaria estimulando o ingresso de outros profissionais na carreira.
Os auditores do Trabalho querem ainda a contratação de mais funcionários. De acordo com Nailor Grossel, no Paraná conta, entre ativos e inativos, com 220 auditores. Desse total apenas 140 trabalham com as atividades, que prevê a fiscalização direta nas empresas do registro profissional e fundo de garantia, segurança e medicina do trabalho, além da fiscalização da exploração de trabalho infantil e atividades internas de atendimento ao público. “É uma média de três municípios do Paraná para cada auditor fiscalizar. Isso é humanamente impossível”, finalizou Grossel. A categoria promete fazer novas mobilizações uma vez por semana, junto com os auditores da Previdência e Receita Federal.