O início das obras de construção da Usina de Mauá, na região de Londrina, norte do Estado, já está trazendo problemas para a população de Telêmaco Borba e Ortigueira, naquela região.
A constatação foi feita sexta-feira, em uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Londrina, com a presença de órgãos e entidades preocupados com as consequências negativas geradas pela construção da usina.
De acordo com Isabel Diniz, agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT), entidade responsável pela organização da audiência, no âmbito social e ambiental a floresta sofrerá danos irreversíveis.
“Não existem condições de substituição e reparação desses danos, não vamos conseguir construir uma nova floresta. Além disso, a falta de informação com relação ao tratamento indenizatório gera medo e insegurança na população”, afirma.
Por conta da construção da usina, Isabel ressalta que muitas pessoas da região estão perdendo suas fontes de renda. “Apicultores, pescadores e garimpeiros também estão preocupados, pois não estão devidamente colocados na proposta de sujeitos passíveis de reparo”, conta.
No último dia 16, deputados da Assembleia Legislativa não colocaram em votação a autorização para a construção da Usina Hidrelétrica de Mauá. Por conta disso, o tema só deverá ser debatido novamente em 2010.
Por outro lado, de acordo com o Consórcio Energético Cruzeiro do Sul, responsável pela construção da usina, 100 famílias já foram indenizadas por contra das obras. Por meio de sua assessoria de imprensa, o consórcio informou que 1,5 mil pessoas foram empregadas na região por conta do início das obras.
Com relação aos garimpeiros, o consórcio disse que na época em que foi feito o cadastro da população da região, nenhum garimpeiro respondeu ao questionário. Em uma reunião, ficou acordado que o consórcio irá tratar cada caso separadamente, assim como dos apicultores e pescadores.
Com relação aos impactos ambientais, o consórcio afirmou que, para cada impacto negativo da construção, uma alternativa positiva está sendo estudada. Exemplo disso é uma ligação para veículos entre Ortigueira e Telêmaco Borba, na barragem.
