Audiência poderá definir rumos da saúde em Londrina

Uma audiência pública que será realizada sexta-feira pela manhã, na 5.ª Vara Civil de Londrina, na região norte do Paraná, poderá definir os rumos da intenção de greve levantada por 1.077 profissionais da saúde contratados, por meio do Centro Integrado de Apoio Profissional (Ciap), para trabalhar em quatro convênios na saúde pública de Londrina.

Segundo o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Londrina e Região (Sinsaúde), pela terceira vez no ano os terceirizados se deparam com o atraso nos salários.

Segundo o presidente do Sinsaúde, Julio César Muniz Aranda, na tarde de ontem o sindicado entrou com uma medida judicial para participar como terceiro interessado nas negociações da categoria amanhã.

“Vamos nos juntar aos trabalhadores para tentar solucionar essa situação na sexta-feira. Caso isso não aconteça, faremos uma assembleia para definir a greve”, afirma.

Em Londrina, o Ciap é responsável pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), pelas Policlínicas, pelo Programa Saúde da Família (PSF) e por programas de endemias, tais como o de combate a dengue. Na terça-feira, 170 agentes de saúde paralisaram seus trabalhos, mas grande parte já havia voltado na manha de ontem.

De acordo com a prefeitura de Londrina, o atraso está acontecendo em virtude de algumas falhas na prestação de contas de julho. “O Ciap não fez a prestação de contas conforme exige a prefeitura de Londrina, o que impossibilitou o repasse mensal da verba para pagamento do salário”, explica o secretário de governo da prefeitura, Jair Gravena. Segundo ele, mensalmente o Ciap recebe R$ 2,3 milhões.

Para Gravena, a preocupação da prefeitura é com o pagamento dos profissionais. “Depositamos a quantia para pagamento em juízo, falta o Ciap apresentar a documentação necessária para que o repasse chegue até os trabalhadores”, diz.

O processo envolvendo a suposta fraude no Ciap corre em sigilo e envolve a Polícia Federal, Ministério Público Federal e Corregedoria Geral da União (CGU). A reportagem entrou em contato com o Ciap de Londrina e com a matriz, em Curitiba, mas não obteve resposta.

Licitação

Para solucionar o problema, a prefeitura irá substituir o Ciap em 60 dias. Com relação aos serviços do Samu e o PSF, um processo de licitação será aberto. No caso das pandemias trabalhadores serão contratados por concurso.

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