Dia D da greve

Audiência é antecipada para tentar acabar com a greve

A greve no sistema de transporte coletivo em Curitiba e Região Metropolitana entra no terceiro dia, mas pode estar próxima de uma solução. Atendendo a um pedido do prefeito Gustavo Fruet protocolado na noite de quinta-feira (27), a Justiça do Trabalho marcou uma nova audiência para esta sexta-feira (28), às 14h, entre trabalhadores e patrões.

O pedido da prefeitura foi motivado pelos sucessivos descumprimentos do Sindicato dos Motoristas e Cobradores de Ônibus de Curitiba e Região (Sindimoc) ao número mínimo de ônibus que deveriam rodar e pelo bloqueio da saída do Terminal do Pinheirinho com ônibus biarticulados. Em nota, a prefeitura declarou que “reconhece o direito dos trabalhadores reivindicarem melhorias salariais, mas o funcionamento mínimo do sistema – assegurado pela Justiça – deve ser respeitado”.

Antes deste fato novo, a previsão para o desfecho do impasse estava prevista só para o dia 6 de março, depois do Carnaval, o que ampliaria sobremaneira os transtornos da população. Na audiência de quinta-feira, trabalhadores e empresários não chegaram a um acordo sobre o reajuste salarial.

Impasse

Em assembleia na Praça Rui Barbosa, também na quinta-feira, os trabalhadores aceitaram a proposta apresentada na quarta-feira pela desembargadora Ana Carolina Zaina, de 10,5% de reajuste para a categoria. O índice, porém, foi rejeitado pelos empresários, que propuseram um ganho real de 2%, sobre o INPC, chegando ao reajuste de 7,26%. É possível ainda que uma nova proposta seja avaliada. O representante do Ministério Público do Trabalho, André Lacerda, sugeriu ainda um reajuste de 8,5% aos motoristas e 10,5% aos cobradores.

Desta forma, o impasse continua. “Não houve aceitação por parte dos trabalhadores. O limite é dos trabalhadores, que impuseram 10,5%”, disse o advogado dos empresários, Carlos Roberto Ribas Santiago. “Neste momento nosso limite é 7,26%”, garantiu. O presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, rebateu a afirmação de que os trabalhadores estariam irredutíveis.

“Nós temos proposta do sindicato de reajuste de 16% para os motoristas e 22% para os cobradores. Agora quem se tornou irredutível e nem no posicionamento da juíza conseguiu chegar foi o sindicato patronal”, afirmou. “O mínimo que a categoria exige é esse 10,5%, não há possibilidade de redução percentual”, completou.

Frota

Enquanto o sistema de transportes não volta a funcionar a plena capacidade, a ordem judicial é  para que no mínimo a frota reduzida circule. O determinado é que 50% da frota opere durante o horário de pico (entre 5h30 e 8h30, 11h30 e 14h, e 17h e 19h30) e 30% nos demais períodos. Durante o domingo e no feriado o número de veículos nas ruas será proporcional à escala operada nesses dias.

O transporte alternativo também continua. Por enquanto foram credenciados 463 veículos e a prefeitura informou que vai disponibilizar sua frota oficial para reforçar o transporte.

Apesar do aumento na frota, em relação ao primeiro dia da greve, os passageiros tiveram dificuldades para usar o sistema de transporte. Em alguns terminais a passagem deixou de ser cobrada aos passageiros e as catracas estavam liberadas.

Prefeitura  quer 50% da frota na rua

Apesar da afirmação do sindicato dos trabalhadores, de que foi cumprida a decisão judicial que determinou 50% da frota no horário de pico, a Urbs, que monitora o sistema, divulgou que a quinta-feira começou com apenas 30% da frota. “Às 8 horas, o Centro de Controle Operacional (CCO) da Urbs registrou aumento na circulação de ônibus, passando para 44% e chegando a 52,6% da frota do transporte coletivo às 10h40”, informou o órgão.

Com base nesta informação, que significa ,o descumprimento da decisão judicial, a Prefeitura decidiu pedir à Justiça do Trabalho a suspensão imediata da greve. “A Prefeitura reconhece o direito dos trabalhadores reivindicarem melhorias salariais, mas o funcionamento mínimo do sistema – assegurado pela Justiça – deve ser respeitado”, disse em nota.

O descumprimento da decisão será punido com multa de R$ 100 mil, pago pelos dois sindicatos. A desembargadora Ana Carolina Zaina, explicou que a definição da multa ainda depende de provas documentais. “Vai depender de um trâmite, mas não chegamos lá. Ainda estamos nas tentativas de conciliação”, afirmou.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna