Atrasos viram rotina no Afonso Pena

Um problema nas freqüências de comunicação do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo (Cindacta 2), em Curitiba, causou, pelo segundo dia consecutivo, atrasos nos pousos e decolagens do Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Ontem, das 6h até as 17h, dos 93 vôos previstos, 48 saíram com atraso superior a 15 minutos e outros dois foram cancelados, segundo a Infraero.

A média de atraso foi de 46 minutos. Na segunda-feira, 71 vôos atrasaram – com média de 50 minutos – e seis foram cancelados. Os dois vôos cancelados ontem eram da Gol. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, os vôos cancelados foram pela baixa demanda, e os passageiros que já tinham passagens foram remanejados para outras companhias.

De acordo com a assessoria de comunicação do Departamento de Controle do Tráfego Aéreo (DCEA) da Aeronáutica, o problema nas freqüências do Cindacta 2 é comum nos aeroportos brasileiros. ?É como se fosse uma linha cruzada em telefonemas comuns. Uma freqüência está se sobrepondo a outra, por uma interferência ainda desconhecida, e isso prejudica a comunicação. Para preservar a segurança dos vôos, aumentamos o espaço entre os pousos e decolagens das aeronaves?, explica o coronel Paullo Esteves, do DCEA.

Ele acrescenta que funcionários da agência reguladora da telefonia no Brasil (Anatel) trabalharam ontem durante todo o dia para identificar e resolver o problema. Esteves também garantiu que o problema com as freqüências é o real motivo dos atrasos. ?Não tem nada a ver com operação padrão e greve branca. Essas questões já estão superadas?, afirma.

A assessoria de imprensa da Anatel, em Brasília, afirmou que realmente existe um problema de ?radiointerferência e que os técnicos da agência estão trabalhando para resolver a falha no sistema?.

Turismo quer ressarcimento de R$ 5 milhões

São Paulo (AE) – O transtorno causado pela greve branca dos controladores de vôo em Brasília, que se acentuou às vésperas do último feriado, já acalmou, mas o prejuízo ainda está sendo levantado pelas operadoras de turismo.

Segundo o presidente da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras de Turismo), José Zuchim, as operadoras de turismo tiveram muitos casos de cancelamento dos pacotes de viagem e buscam agora o ressarcimento do prejuízo, estimado em R$ 5 milhões. ?As desistências ocorreram entre os passageiros por conta da demora ou do cancelamento dos vôos?, conta Zuchim.

Segundo ele, por volta de 30% dos pacotes de viagens foram cancelados durante o período de caos nos aeroportos. A entidade ainda está recolhendo valores entre as operadoras de turismo para avaliar a quem caberá a ação judicial para restituição do prejuízo. ?Teremos que ver quem será o foco, se a Aeronáutica, a Anac ou a união?, diz Zuchim.

O presidente da Braztoa estima que dentro de um mês eles já tenham o levantamento concluído para entrar com a ação judicial. Após o acionamento da justiça, esperam ser ressarcidos para poderem pagar as operadoras de turismo. Para Zuchim, a entidade não deve arcar com esse prejuízo sozinha, ?já que os atrasos são causados pela administração dos aeroportos e pelos responsáveis diretos dos controladores de vôos?.

Relator defende mais verba para segurança aérea

Belo Horizonte (AE) – O relator-geral do orçamento da união para 2007, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), defendeu ontem que a verba prevista pelo governo federal na proposta para o programa de Proteção ao Vôo e Segurança do Tráfego Aéreo seja revista.

Raupp comentou a destinação de R$ 489,1 milhões para o programa no orçamento do próximo ano, o que representa um corte de 8% em relação à dotação prevista para 2006 (R$ 521,7 milhões) e inferior ao valor do orçamento de 2005 (R$ 496,6 milhões). ?Essa é uma questão que eu acredito que tenha que ser revista. A quantidade de controladores de vôo terá de aumentar. Estão chamando os aposentados, mas isso é temporário. Então é preciso contratar. Se precisa contratar e melhorar os salários, vai precisar, é claro, de mais recursos?, afirmou o relator. Diante da crise deflagrada pelos controladores de tráfego aéreo – que na semana passada gerou transtornos nos aeroportos brasileiros -, o comando da Aeronáutica sugeriu um montante mínimo de R$ 600 milhões para investimentos em segurança de vôo. Mas a verba prevista na proposta orçamentária para o próximo ano é 22,6% menor que esse valor.

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