Moradores e comerciantes de Almirante Tamandaré, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), não agüentam mais o pó formado pelas obras nas ruas Francisco Krüger (continuação da Avenida Anita Garibaldi) e Emily Johnson. O serviço para o alargamento da pista começou no meio do ano passado. Todo o asfalto foi tirado das duas vias para a realização da obra. Mas até agora os trabalhos não terminaram. Além disso, a situação das ruas está afastando consumidores e o movimento no comércio diminuiu bastante.
Quem circula na região acaba inalando pó durante todo o dia, quando o tempo não está úmido. Quando chove, o problema é o barro. Não dá para andar sem dificuldades. Moradores relatam que os usuários dos ônibus acabam levando uma blusa ou camiseta na bolsa quando vão para o trabalho. É preciso trocar de roupa depois de enfrentar tanto pó.
A poeira também danifica as mercadorias das lojas localizadas nas duas ruas. Uma loja de sapatos teve que colocar plásticos nas prateleiras para proteger os produtos. A proprietária da loja Baby Gu Modas, Soeli Machado da Silva, precisou colocar uma porta de vidro na frente de seu estabelecimento para o pó não danificar os produtos. Antes das obras, ela abria a porta de correr e pronto. ?Eu não tinha o dinheiro para fazer isso, mas tive que fazer do mesmo jeito. Agora está entrando menos pó na loja?, afirma.
Soeli e os outros comerciantes da região reclamam que o movimento caiu bastante desde o início das obras. Parte do calçamento também foi quebrada para que o serviço pudesse ser realizado. Na loja Ferragens Meneguel, a entrada para os carros foi totalmente destruída, o que acabou prejudicando ainda mais o movimento. Segundo Célia Regina e Antônio Aílton Puka, proprietários do estabelecimento, os negócios estão 30% abaixo do normal por causa dessa situação. Toda semana, eles precisam fazer uma limpeza na fachada e na parte interior da loja por causa da poeira. ?Isso é um absurdo?, comenta Célia.
Os comerciantes Paulo César e Glair Puka também são moradores de longa data de Almirante Tamandaré. O movimento caiu 50% no estabelecimento deles, a Mercearia Tio Júlio, devido à situação das ruas. ?Colocávamos as mesas na parte de fora do bar, onde o pessoal tomava cerveja. Hoje, o movimento é bem menor?, relata Glalir.
Segundo moradores e comerciantes, o projeto de alargar as Ruas Francisco Krüger e Emily Johnson existe há muito tempo. Em julho do ano passado, o governo do Estado deu início às obras. Da divisa com Curitiba até o terminal do Cachoeira (onde passa a linha do trem), o serviço é feito por uma empreiteira. O restante do trecho é de responsabilidade de outra empresa. A população diz que as obras foram paralisadas no dia 10 de dezembro do ano passado, como recesso de final de ano. A primeira parte das obras foi retomada ontem, mas não havia qualquer tipo de movimentação depois do terminal do Cachoeira.
Ritmo normal
O supervisor do Programa Integrado de Transportes (PIT), da Coordenadoria da Região Metropolitana (Comec), órgão do governo do Estado, Haroldo Eustáquio da Silva, explicou que as obras pararam no final do ano para não prejudicar ainda mais o comércio. ?Por causa das compras de Natal o movimento fica mais intenso?, afirmou.
Silva garantiu, no entanto, que agora as obras voltaram ao ritmo normal e que a fase do asfaltamento deve começar já.
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