Ainda não foi concluída a retirada dos destroços da ponte sobre a represa do Capivari, na BR-116, em Campina Grande do Sul. A previsão era de que as obras de reconstrução da estrutura começassem ontem. No entanto, dois blocos de concreto continuam submersos e os técnicos não conseguiram iça-los até o final da tarde de ontem.
De acordo com Ronaldo de Almeida Jares, engenheiro do Departamento de Infra-Estrutura e Transporte (Dnit-PR), o trabalho de retirada dos destroços e preparação do terreno para o início das obras deve se estender durante toda esta semana. Os técnicos estão tendo dificuldades em retirar o material porque, em função do peso, a estrutura não agüenta e se quebra, obrigando que a operação seja paralisada de tempos em tempos para a recolocação do cabo de aço. Mergulhadores fazem esse trabalho. Estima-se que o bloco submerso, que está perto das pilastras de sustentação, tenha cerca de 110 toneladas.
Jares afirmou que a contenção do aterro abaixo da ponte em funcionamento também deve terminar esta semana. ?Vamos colocar mais uma viga de contenção e daí estará terminado?, explica.
Depois que todos os destroços forem removidos, vai ser iniciado o nivelamento do terreno para receber as máquinas que vão ser utilizadas na reconstrução da ponte. A nova estrutura será mais comprida e terá seis pilares de sustentação – quatro fora e dois dentro d?água. A ponte, que tinha 320 metros, passará a ter 370 metros para que os pilares de sustentação sejam fixados numa parte mais estável do maciço. A estrutura da edificação será mista, composta por concreto e vigas de aço e estima-se que seja necessário seis meses para finalizar a obra. Jares afirmou que 50 homens devem trabalhar na construção. Jares acredita que a obra deva custar cerca de R$ 17 milhões, muito além dos R$ 3 milhões previstos logo após o acidente, já que apenas a retirada dos destroços consumiu R$ 1 milhão.
Parte da ponte sobre a represa do Capivari, no sentido São Paulo da rodovia, caiu no dia 26 de janeiro. Um deslizamento de terra, no aterro que sustentava a cabeceira da ponte, causou o acidente. Um caminhoneiro morreu. Desde então, a ponte no sentido São Paulo-Curitiba está funcionando em pista simples e mão dupla. Caminhões com mais de 45 toneladas não podem cruzar a ponte.