A exportação e importação de ônibus e peças para caminhões e máquinas agrícolas, além de outras cargas carregadas sobre rodas, terão prioridade no Porto de Paranaguá. A ordem de serviço número 135/2010 da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) altera o regulamento de programação e atracação de navios de operação por rolamento, também chamados de Ro-Ro.
O objetivo é dar agilidade ao embarque dessas cargas, já que a exportação por navios que operam por rolamento cresceu mais de 22%, na comparação entre os primeiros sete meses deste ano e o mesmo período do ano passado.
Segundo o superintendente da Appa, Mario Lobo Filho, a nova medida segue as tendências do sistema portuário mundial e deve atrair negócios importantes para o Estado. “Essas alterações vão permitir que Paranaguá atenda mais linhas internacionais, além da manutenção da chamada Linha da África”, conta. Produtos como ônibus, peças veiculares, madeira e compensados, produzidos no Brasil, chegam ao continente africano por navios de operação por rolamento.
Entre os exportadores que atendem a linha africana, está a montadora paranaense Mascarello. Com sede em Cascavel, a empresa produz ônibus que são enviados para Angola, Gana, Nigéria, Cabo Verde e Guiné Equatorial, além de países da América Latina, como Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Equador, Peru, Costa Rica, República Dominicana, Panamá e El Salvador.
Em 2009, a Mascarello exportou 130 veículos. Entre janeiro e julho deste ano foram 203. “Nossa meta, até o final de 2010, é exportar 12% da produção, com perspectivas de crescimento para 2011 e exportação de até 15% de tudo que produzimos”, conta Priscila Ganzer, assessora do grupo. “Utilizar o porto de Paranaguá nos garante vantagens como rápido acesso, menor custos com logística, melhores tarifas, rapidez nas movimentações e menos burocracia”.
Mudanças
A ordem de serviço 135/2010 foi apresentada na quarta-feira (25), durante a reunião trimestral de janelas de atracação, que reúne operadores e armadores portuários que atuam com movimentação contêineres e veículos. Ela regulamenta que navios Ro-Ro, que tenham até 200 metros de comprimento, terão atracação preferencial no berço 208 (quando o carregamento mínimo for de 2 mil toneladas e o tempo de atracação for de, no máximo, 24 horas) e no berço 209 (quando o carregamento mínimo for de 5 mil toneladas).
Para utilizar as janelas públicas de atracação, oferecidas com dia e hora pré-estabelecidos para serviços semanais regulares, os agentes marítimos responsáveis pela embarcação devem solicitar o espaço com antecedência mínima de sete dias à data de chegada do navio. Com isso, a Appa pretende aumentar ainda mais a movimentação de cargas sobre rolamentos, que, entre janeiro e julho de 2010, chegou a 176,7 mil toneladas e já corresponde a 63% do total movimentado em 2009.
O documento prevê, ainda, a diminuição no tempo de agendamento das janelas de atracação para navios full-conteineres para até 48 horas e a diminuição da prancha mínima (carregamento mínimo) para navios de carga geral, além de estabelecer alterações no coeficiente de produtividade na movimentação.