Atividades contra a violência doméstica

Apesar da criação de mecanismos de proteção à mulher, os números sobre a violência doméstica continuam escandalosos no País. A cada quinze segundos uma mulher é agredida fisicamente, segundo uma pesquisa feita em 2001 no País pela Fundação Perseu Abramo. Num ano, chega-se a marca de 2,1 milhões.

Para chamar a atenção dos governantes sobre a implantação de políticas públicas que combatam esse e outros problemas, estão sendo organizadas várias atividades até o dia 19 de março. Entidades ligadas a mulher fizeram ontem uma passeata pelo centro de Curitiba até a Boca Maldita. Lá foram apresentadas peças de teatro, poesias, exposição de fotografias, entre outras.

A diretora de políticas sociais da CUT-PR, Débora de Albuquerque Souza, comenta que na década de 1990 foi criada a Delegacia da Mulher, mas até agora ela não tem funcionado como se espera. Falta a qualificação dos profissionais no atendimento aos casos de violência. A sindicalista também critica a Lei 9.099/95, que classifica as agressões como crime de pequeno potencial ofensivo. Outra lei mais recente, que realmente daria a proteção efetiva, ainda é pouca aplicada. Ela estabelece que o agressor deve sair de casa e a guarda dos filhos fica com a mulher. "No entanto isso não acontece. Muitos juízes ainda são condizentes", fala.

Se por um lado a lei não consegue ajudar as mulheres como deveria, elas também encontram dificuldade para romper com esse tipo de situação e sofrem caladas. Débora destaca que o problema chega a ser uma questão de classe. A maior parte das vítimas é pobre e com pouca escolaridade. "Os companheiros se aproveitam desta situação", explica.

Outro problema é que algumas mulheres se conformam em apanhar, uma vez que já viram suas avós e mães sendo alvos das surras. Ficam apenas na esperança de que um dia o comportamento do companheiro mude. O medo e a vergonha complicam mais a situação.

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