O Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos vai pagar para que aterros sanitários particulares recebam o lixo urbano de Curitiba e de outros 18 municípios da região metropolitana a partir de novembro, quando o aterro da Caximba será fechado. Diariamente são geradas 2,4 mil toneladas de lixo na região.
A medida vai valer até que possa ser implantado o novo modelo proposto pelo consórcio, o Sistema Integrado de Processamento e Aproveitamento de Resíduos (Sipar), e que depende de decisões judiciais para seguir adiante. A proposta é aproveitar, com o novo sistema, ao menos 85% do lixo que hoje é enviado para o aterro.
Essa proposta emergencial foi aprovada ontem durante assembleia com os representantes dos 19 municípios integrantes do consórcio. Até o dia 15 deste mês, deve ser lançado o edital de credenciamento para as empresas interessadas em participar do processo e que tenham licença prévia ou de instalação para esse tipo de atividade.
As empresas terão, então, 30 dias para apresentar a sua proposta, tendo como base o preço por tonelada de lixo que estará estipulado no edital, explica o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci, que agora também é presidente do consórcio do lixo. “Todas as empresas que até setembro tiverem a licença de operação poderão ser utilizadas para a destinação do lixo, de forma emergencial”, afirma Ducci.
Segundo o consórcio, atualmente os municípios de Itaperuçu, Fazenda Rio Grande e Mandirituba contam com áreas em processo de licenciamento de aterros particulares na região metropolitana.
No entanto, nenhuma das áreas na região já tem licença de operação para receber esse tipo de resíduo, de acordo com informações do Instituto Ambiental do Paraná (IAP).
A única empresa privada que hoje tem a licença de instalação de aterro é a Estre, que demorou dois anos para receber o parecer favorável do IAP. “Não sei se dá tempo de fazer tudo (para conseguir a licença de operação) até novembro”, aponta o ex-presidente do IAP Vitor Hugo Burko, que acompanhou todo o processo das áreas passíveis de licenciamento.
Fora da região metropolitana, o aterro privado de Ponta Grossa, nos Campos Gerais, está em fase de licença de instalação. “Mesmo que se consiga o licenciamento rapidamente, a implantação de um novo local desse porte não se constrói em poucos dias”, opina Burko.