O aterro sanitário da Caximba foi alvo de uma fiscalização do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Paraná (Crea-PR).
O trabalho faz parte de um programa desenvolvido pelo órgão para verificar as condições de aterros e lixões no Estado.
Até julho, o Crea-PR espera reunir relatórios e fotos que mostrem as atuais condições desses locais. Durante as fiscalizações, também são verificadas a presença de profissionais habilitados e de empresas registradas no Conselho.
De acordo com o responsável pela gerência do Crea-PR em Curitiba, Mario Guelbert Filho, o levantamento está sendo feito por seis regionais. Como é um trabalho de rotina do órgão, Guelbert comenta que é possível verificar uma evolução gradativa dos municípios em tentar regularizar as condições desses locais. Mas ainda existem problemas como ter empresas especializadas e na implantação de usinas de reciclagem.
O aterro da Caximba foi criado em 1989 com previsão de vida útil de 11 anos. No entanto, já extrapolou sua capacidade e atualmente recebe 2,4 mil toneladas de resíduos por dia vindos de 17 municípios. A coordenadora de resíduos sólidos da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Marilza Dias, esclareceu que o processo de escolha de uma nova área para aterro sanitário está na Justiça. Isso porque a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe) alega ter encontrado irregularidades no edital do processo de licitação. Isso se arrasta desde março.
Marilza considera que a Abrelpe defende o aterro porque é a única tecnologia que eles dominam. ?Mas nós entendemos que não. A proposta é que só 15% do que vai para o aterro hoje continue sendo depositado?, comentou. Ela acrescentou que já existem três áreas – Curitiba, Fazenda Rio Grande e Mandirituba – que estão sendo avaliadas para receber o novo aterro.
Supermercados
Acatando determinação do Ministério Público do Paraná (MP-PR), a Prefeitura de Curitiba receberá o lixo orgânico de grandes empresas na Caximba apenas até o próximo dia 31. Assim, estabelecimentos que gerem acima de 600 litros ao dia, o que equivale a 30 sacolas de supermercado, devem encontrar um outro destino para o lixo. Segundo o procurador de Justiça Saint-Clair Honorato Santos, os supermercados são responsáveis por 70% a 80% do volume gerado pelos grandes estabelecimentos.
Em parceria com transportadores de resíduos, shoppings, Sindicato de Bares e Restaurantes e Associação Comercial do Paraná (ACP), a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) comunicou que vem estudando alternativas. O relatório com as opções deve ser divulgado ainda nesta semana.