O atendimento ao indígena no município, realizado pelo Centro Cultural Kaingáng, vai continuar a ser feito, mesmo com a interdição do local para abrigamento de famílias indígenas. A informação é da coordenadora do programa de atendimentos aos kaingángs da Secretaria Municipal de Assistência Social, Marlene de Oliveira.
Ela explicou que o centro, em funcionamento na cidade desde 1999, foi fechado devido às condições precárias que a área apresentava aos indígenas, que utilizavam o local como abrigo. "O centro está desgastado, e vai passar por reformas e uma reestruturação, que pretende dar uma visibilidade positiva sobre a cultura dos Kaingángs à sociedade", ressaltou. A coordenadora enfatizou que a decisão foi discutida e aceita, tanto pela Prefeitura de Londrina, quanto pela Fundação Nacional do Índio (Funai), e pelo Ministério Público Federal (MPF).
Marlene de Oliveira afirmou que o governo municipal, através do Centro Kaingáng, realiza um acompanhamento a todas as famílias indígenas que procuram o local, sempre priorizando os nativos da Reserva do Apucaraninha, que fica na cidade. "Realizamos o cadastro dos indígenas nos programas da Secretaria de Assistência Social e encaminhamos os mesmos em relação à notificação de documentos, além de garantir os direitos legais dos nativos", detalhou.
No entanto, a coordenadora destacou que, mesmo com o atendimento, a prefeitura, o MPF e a Funai, analisam, desde o final de 2005, a situação das famílias de índios da região que vêm para a cidade procurando melhores condições de vida. Ela lembrou que deve haver uma manutenção da vinda dos indígenas, para que todos recebam os benefícios em suas respectivas regiões.
Marlene informou que a Funai, com o objetivo de conter o acréscimo do atendimento para abrigo às famílias, solicitou ao município uma área para a construção de um local para este tipo de atendimento. "A prefeitura cedeu o terreno, mas a fundação não pôde realizar a implantação do centro por impedimentos legais", contou. A coordenadora informou, entretanto, que a fundação vai solicitar novamente, à administração federal da Funai, em Brasília (DF), o pedido de liberação para a construção da área.
Em relação ao grande número de indígenas nas ruas do município neste mês, Marlene de Oliveira enfatizou que as famílias de índios sempre vêm para a cidade em determinadas épocas do ano. "Eles costumam vir no mês de abril, quando é comemorado o Dia do Índio; e no período do Natal e Ano Novo", contou. Ela garantiu que o aumento da vinda dos nativos não tem relação com o fechamento do Centro Cultural Kaingáng. "A cidade poderia ter 30 áreas do tipo e, mesmo assim, os indígenas iriam freqüentar as ruas da cidade nestas épocas", finalizou.