Nesta quinta-feira (18), Dia do Médico, os profissionais da Medicina não têm motivos para comemorar. Ainda que, recentemente, o governo federal tenha anunciado um reajuste de cerca de 30% na tabela do Sistema Único de Saúde, os valores pagos pelos procedimentos ainda estão longe de chegar ao mínimo reivindicado pelos médicos. ?Com o reajuste, o valor de uma consulta simples passou para R$ 10,00. Não temos nada a comemorar ainda. Qual a profissão que trabalha por R$ 10,00 com no tamanho da responsabilidade de um médico??, questiona o presidente da Associação Médica do Paraná (AMP), José Fernando Macedo. ?Os valores continuam totalmente indignos à profissão?, completa. Por isso, a Associação Médica do Paraná lança um manifesto (reproduzido na íntegra, abaixo), que será enviado a diversas lideranças no País para formalizar o apoio à classe médica.
Para Macedo, os médicos que atuam pelo SUS deveriam receber, pelo menos, 30% dos valores da CBHPM, tabela determinada pelas sociedades científicas com valores mínimos de todos os procedimentos médicos. Nos valores atuais, o médico receberia R$ 30,00 por uma consulta simples. Como não têm a solicitação atendida, os médicos partem para iniciativas de protesto por todo o País. No Norte e Nordeste, por exemplo, a situação já levou à greve dos profissionais que atendem pelo SUS. No Paraná, a Associação Médica do Paraná reuniu parlamentares de todas as esferas governamentais, em um apelo para que seja aprovada com urgência a Proposta de Emenda Constitucional 29 ? que vai garantir um percentual mínimo dos orçamentos investidos em Saúde.
O próximo passo, segundo explica o presidente da AMP, é enviar o manifesto nos próximos dias para políticos, representantes de entidades de classe e demais lideranças da sociedade civil, além do Presidente da República, presidentes do Senado e da Câmara Federal, e ao Ministro da Saúde. ?O documento chegará em breve às mãos de nossos governantes para oficializar o comprometimento deles com a melhoria da qualidade do sistema público de atendimento médico?, afirma o presidente da AMP.