Assentados expulsos denunciam o MST

As seis famílias integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) expulsas do assentamento Contestado, na Lapa, pela coordenação do próprio MST, enviaram um manifesto de indignação e uma carta relatando a história para a Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR). Eles alegam que não têm o apoio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), estão sofrendo com a morosidade da Justiça e por isso precisam de ajuda. As famílias foram expulsas pelo MST há cerca de um mês, sem anuência do Incra, depois de serem acusadas de corte ilegal de madeira.

Na carta eles contam que a coordenação do movimento trouxe mais de 300 pessoas de fora do assentamento para ajudar na retirada. As famílias estão assentadas no local desde 2001. A Polícia Federal prendeu algumas delas no começo de agosto porque estavam cortando eucalipto que brotou após o corte do antigo proprietário. O problema é que a área está sub judice porque o antigo proprietário tem uma pendência judicial com o Incra por causa da plantação de pinus que existe no local. Como não há decisão judicial, eles não poderiam mexer nem no eucalipto. As famílias foram expulsas do local antes do fim do inquérito. O superintendente do Incra, Celso de Lacerda, informou diversas vezes a O Estado que somente o órgão poderia fazer isso e depois de comprovada a culpa. No entanto, ressaltou que o Incra não tem poder de polícia para recolocar as famílias lá.

Um assentado que ainda está morando no Contestado e por isso preferiu não se identificar também enviou seu relato à OAB. Além de endossar as denúncias feitas pelas famílias expulsas, o trabalhador rural contou que as famílias que continuam morando no local estão sofrendo ameaças.

A coordenação do MST informou, por meio da assessoria de imprensa, que as famílias foram expulsas por causa do roubo da madeira e que agora cabe ao Incra resolver o problema delas. A OAB confirmou o recebimento do documento, mas só deve se pronunciar na semana que vem.

Desocupação

A Polícia Militar desocupou ontem a Fazenda Santa Alice, entre os municípios de Cornélio Procópio e Nova Fátima. Cerca de 600 famílias do MST tiveram que deixar o local. A desocupação foi pacífica e os trabalhadores rurais foram encaminhados para a fazenda Santa Rita, em Congoinhas. 

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