Assembléia Legislativa debate sacolas plásticas

Uma audiência pública na Assembléia Legislativa (AL), ontem, discutiu a polêmica em torno das sacolas plásticas distribuídas em setores do comércio, como supermercados. Tramita na casa um projeto de lei que pode tornar obrigatória a disponibilização de sacolas com material biodegradável ou reutilizável. No entanto, algumas redes de supermercados no Estado já acumulam multas que, juntas, somam R$ 8 milhões, por não terem apresentado formalmente alternativas ao uso das sacolas ao Instituto Ambiental do Paraná (IAP). O órgão solicita soluções nesse sentido desde o ano passado.

A Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) vem estimulando a adoção da sacola de plástico oxibiodegradável. Algumas redes de supermercados no Paraná já a utilizam. No entanto, as redes Carrefour, Wal Mart (que também inclui Mercadorama, Big, Maxxi Atacado e Sam’s Club) e Companhia Brasileira de Distribuição (que abrange o Pão de Açúcar e o Extra) estão sendo multadas diariamente, desde fevereiro, em R$ 70 mil, pelo IAP, por não terem apresentado resposta à solicitação.

Entre as redes de supermercados convidadas, Wal Mart e Pão de Açúcar tiveram representantes na audiência, ontem. O Carrefour enviou um representante, mas este não quis participar da mesa de discussões. A vice-presidente de assuntos corporativos do Wal Mart, Daniela de Fiori, explicou que a empresa estuda há dois anos uma alternativa às sacolas de plástico. “Quando fomos fazer o teste com a sacola oxibiodegradável, a nossa matriz nos alertou sobre os cuidados, porque ainda não se sabe o impacto desse material”, comentou.

Após três meses de testes, a empresa decidiu estimular entre os clientes o uso da sacola retornável. O Wal Mart disponibiliza por R$ 2 o produto, feito de algodão cru. “Em São Paulo e no Paraná, foram vendidas 150 mil unidades. Mas percebemos que, de cada 50 clientes que levaram a sacola, apenas dois retornaram às lojas com as mesmas. Agora, vamos incentivar o uso dessas sacolas retornáveis e pedir para que os clientes tragam as suas próprias sacolas, o carrinho de feira”, afirmou Daniela.

O diretor de Relações Institucionais da Companhia Brasileira de Distribuição, Marcio Milan, disse que as lojas da rede em Curitiba são as que estão se preocupando com a substituição das sacolas. “Em nenhuma outra capital do país há tamanha preocupação com a sacola plástica”, afirmou. “Sempre soubemos que o que se pedia era uma alternativa ao plástico e é isso que estamos buscando”, relatou.