Depois de três adiamentos e muita polêmica, a Assembléia Legislativa arquivou ontem os projetos de lei que previam a regulamentação da venda de bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais de todo o Estado. Com as galerias lotadas de manifestantes contrários aos projetos e prevendo uma derrota na votação, os deputados Plauto Guimarães Miró (PFL) e Aílton Araújo (PTB), pediram o arquivamento de seus textos à mesa. Já o projeto do atual prefeito de Guarapuava, Fernando Ribas Carli (PP), foi arquivado por ordem do presidente da Casa, Hermas Brandão (PSDB).

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?Pretendo rediscutir o projeto com os setores de bares, restaurantes e entretenimento e reapresentá-lo à Assembléia?, afirmou Miró. Segundo o parlamentar, esses setores – e até mesmos alguns deputados – estariam mal informados sobre o teor de sua proposta. O projeto de Miró pretendia restringir a venda de bebidas alcoólicas entre as 2h e 9h, mas permitiria que estabelecimentos que cumprissem alguns pré-requisitos, como possuir mais de cinco mesas, ter cardápio e música ao vivo ou pista de dança, continuassem funcionando durante toda a madrugada. ?Minha preocupação é com estabelecimentos geradores de violência?, argumentou.

Já o deputado Neivo Beraldin (PDT), que articulou oposição aos projetos, afirmou que Miró não poderá mais apresentar o projeto. ?Assim como ele se equivocou em apresentar esse projeto à Assembléia, está equivocado se acha que poderá reapresentá-lo.? Júlio César de Oliveira, diretor adjunto da Associação Brasileira de Restaurantes e Empresas de Entretenimento no Paraná, comemorou o resultado e disse que o arquivamento se deu principalmente à pressão da categoria. ?Mesmo assim estamos preocupados com essa afirmação de que o projeto do deputado Miró possa ser reapresentado.? Muitos deputados contrários às leis afirmaram que os projetos ferem a constituição por ir contra a competência municipal e que já existem mecanismos que permitem o fechamento de bares caso sejam foco de violência.

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