Com chuva, trechos da estrada ficam intransitáveis. |
Segundo o diretor geral do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT), Luiz Francisco Silva Marcos, a retomada das obras de asfaltamento do lote 2 da Estrada Boiadeira (BR-487) está condicionada a uma decisão judicial. Em ofício encaminhado ao prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli, informou ainda que no Orçamento Geral da União para este ano existe uma verba de R$ 6.400.000,00 para as obras da quase centenária estrada, que vai constituir-se no mais curto eixo rodoviário entre o Mato Grosso do Sul e o Porto de Paranaguá.
“A indefinição e o insuficiente volume de recursos financeiros disponibilizados aos contratos dos lotes 2 e 3 ? R$ 7.850.000,00 ? nos exercícios de 1998 a 2002, não viabilizaram a execução das obras de modo a atender o cronograma”, explica o diretor do órgão ligado ao Ministério dos Transportes. O Lote 1 da Estrada Boiadeira, que começa em Campo Mourão e tem 33,54 quilômetros, já está concluído, mas falta a execução dos lotes 2 e 3, que totalizam 41,89 quilômetros.
Antiga reivindicação
A retomada dos trabalhos de asfaltamento da Estrada Boiadeira, no trecho entre Campo Mourão e Cruzeiro do Oeste, é uma das principais reivindicações da região. A obra foi iniciada em 1986 pelo governo do Estado, porém foi paralisada logo em seguida e a erosão acabou destruindo o serviço de terraplenagem que já havia sido executado em boa parte do trajeto. Nos últimos 16 anos, a obra foi retomada e paralisada várias vezes e o término dos trabalhos foi prometido por autoridades federais e estaduais.
Aberta por volta de 1910, a Estrada Boiadeira inicialmente serviu para a condução de gado comprado no Mato Grosso para a engorda nas pastagens do Paraná. Desde 1950, Campo Mourão e a região reivindicam o asfaltamento do trecho. Além de beneficiar uma vasta região, o asfaltamento do trecho marcaria a consolidação do Corredor Setentrional de Exportação.
A recente inauguração do conjunto de pontes sobre o rio Paraná, em Porto Camargo, aliada a conclusão da Estada Boiadeira, ajudaria não apenas a desenvolver uma vasta região do Paraná, mas também a fortalecer a economia estadual com a canalização de boa parte da produção do Mato Grosso do Sul para ser exportada pelo Porto de Paranaguá.
A execução da obra tem mobilizado ao longo das última décadas instituições e autoridades de toda a região cortada pela rodovia, que já realizaram incontável número de manifestos pleiteando o término da pavimentação. “É incompreensível a forma como o governo sempre tratou a questão do asfaltamento da Estrada Boiadeira”, protesta o prefeito de Campo Mourão, Tauillo Tezelli. “Se a estrada já era importante em razão do seu traçado, que vai encurtar a distância até o Porto de Paranaguá, tornou-se ainda mais essencial com a construção do complexo de pontes em Porto Camargo.”