Reciclando a casca do coco, artesão
ainda dá emprego.

Matinhos – É difícil encontrar um turista no litoral paranaense que ainda não tenha ao menos experimentado um pouco de água de coco. A venda do produto aumenta muito no verão. Mas o que as pessoas não imaginam é que o coco verde, jogado nas lixeiras e sem utilidade para muitos, é a grande matéria-prima do trabalho do artesão Clóvis dos Santos, o Body Tatoo. Além de sustentar sua família usando o material reciclado, o artesão emprega seis pessoas durante todo o ano. Três estudantes locais também estão aprendendo a fazer as bijuterias e cintos com coco e sementes de árvores nativas.

Santos contou que recolhe 5 mil cocos mensais dos quiosques à beira-mar. Fora da temporada, ele busca cocos em Curitiba. “Todos esses cocos iriam para o aterro sanitário e demorariam três anos para se decompor. Para mim, cada coco rende R$ 4”, contou, destacando que nada do coco se perde. “Além da madeira que é polida, a serragem é aproveitada para fazer uma resina com que também faço peças artesanais. A polpa também nós aproveitamos para fazer molhos para comer”, contou, destacando que seu sonho é conseguir um apoio logístico para incrementar sua produção. “Não preciso de dinheiro, só um apoio. Conseguiria gerar duzentos empregos”, revelou, destacando que seu produtos são vendidos num quiosque em Caiobá e exportados para várias cidades do Brasil. “Também vendemos para outros lugares do mundo, como a Bélgica, Estados Unidos, Holanda e Japão”, revelou.

O artesão destacou que todas as suas peças são desenvolvidas por ele mesmo. “Não copio nada de ninguém”, disse, ao lembrar que faz trabalhos também com a casca do coco seco, que é mais escuro, e bambu. “Atualmente o que está vendendo muito é o brinco com a meia-lua e a estrela. Este é o símbolo da praia de Canoa Quebrada, no Ceará. O local ficou conhecido na década de 70 quando foi invadido pelo movimento hippie”, explicou.

Serviço – O telefone de contato de Santos, para quem quiser investir no projeto, é (41) 9128-2709.

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