Artesanato ecologicamente correto no litoral do Estado

A utilização de adereços elaborados com materiais considerados ecologicamente corretos está cada vez mais em evidência no Brasil e no exterior.

Sabendo disso, moradores da colônia Castelhanos, que fica em uma área de preservação ambiental localizada entre os municípios de São José dos Pinhais e Guaratuba, no litoral do Estado, encontraram uma nova fonte de renda e desenvolvimento através da produção, em escala comercial, de ecoacessórios para decoração, biojóias e móveis ecológicos.

As matérias-primas utilizadas na confecção dos objetos são o bambu, sementes, cascas e, principalmente, a fibra de bananeira.

Essa última é resultante da principal atividade econômica desenvolvida na colônia, que é o cultivo da banana, bastante favorecido pelo clima e pelo solo do lugar. Quando jogada em grande quantidade na terra, a fibra da bananeira, que é bastante ácida, torna-se prejudicial ao solo.

Tudo começou em 2004, quando a colônia foi conhecida pelos arquitetos Henry Cunha e Marina Ribas Lupion. Inicialmente, os moradores aprenderam a manusear as matérias-primas, dando-lhes forma. Posteriormente, aprenderam a agregar valor comercial aos objetos produzidos e criaram uma cooperativa, a Coocastel (Cooperativa de Castelhanos).

?Atualmente, há um grande interesse por objetos ecologicamente corretos. Por isso, a produção da colônia tem grande valor agregado. A fibra natural é degradável e tudo que é produzido com ela contribui para redução da geração de resíduos no planeta?, comenta Marina.

Atualmente, são confeccionados jogos americanos, trilhos de mesa, luminárias, porta-guardanapos, bolsas, colares, brincos, cabeceiras de cama, prateleiras, marcadores de livros, entre outros produtos. As peças custam desde R$ 5 (algumas biojóias) até R$ 500 (alguns móveis e objetos de decoração).

Muitas já estão sendo comercializadas em lojas de Curitiba e sendo exportadas. No exterior, os maiores mercados consumidores do artesanato da colônia são França e Alemanha.

?Eu já trabalhava com artesanato, mas com o Henry e a Marina aprendi a agregar valor a meu trabalho?, conta a artesã Neide Marisa Votto, que faz biojóias e ecoacessórios, vendidos a preços entre R$ 10 e R$ 60. ?Dependendo do mês, tiro de R$ 200 a R$ 600 com a venda dos produtos. O dinheiro ajuda no sustento de casa.?

O trabalho é desenvolvido com o apoio do Instituto Paraná Desenvolvimento (IPD), em parceria com o Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná). No ano passado, recebeu o prêmio Revelação e Destaque, da prefeitura de São José dos Pinhais.

A colônia Castelhanos – às margens dos rios São João, Arraial e Castelhanos -foi inicialmente colonizada por grupos indígenas, imigrantes ucranianos e poloneses. Com a Segunda Guerra Mundial, se fixaram na localidade diversas famílias européias (entre elas de húngaros, alemães, ucranianos e poloneses).

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo