Uma das grandes promessas para o turismo de Paranaguá, no litoral do Estado, será o Aquário Marinho, cuja obra já está bem adiantada e contará com três pavimentos com oceanário, pinguinário, biblioteca, cafeteria, auditório, mirante e cerca de 200 tipos de animais – entre eles, peixes do litoral do Estado, como badejo, garoupa e robalo. A previsão é de que o aquário fique pronto no máximo até junho deste ano.
O aquário, que terá 2,4 mil metros quadrados, é resultado de uma medida compensatória paga pela empresa Cattalini Terminais Marítimos, por conta da explosão do navio chileno Vicuña. O acidente ocorreu em 2004 na baía de Paranaguá. O diretor presidente da Cattalini, Cláudio Daudt, não revelou os valores das multas ambientais aplicadas à empresa por conta do acidente – que esparramou óleo a quilômetros do local da explosão e deixou quatro tripulantes mortos -, mas frisou que elas são punitivas, e não arrecadatórias e que, portanto, a medida compensatória foi um bom resultado. Segundo ele, estão sendo investidos R$ 5 milhões na construção do aquário.
Licitação
Depois de pronto, a prefeitura de Paranaguá deverá realizar uma licitação para escolher a empresa que vai operar o aquário. A prefeitura ainda não tem informações a respeito da quantidade de empregos que será gerada no local, nem de quanto será cobrado para a entrada, entre outros dados. No ano passado, o prefeito de Paranaguá, José Baka Filho, ressaltou que o aquário trará um grande desenvolvimento para o turismo na cidade, principalmente depois do tombamento nacional do centro histórico, ocorrido este ano.
Daudt, por sua vez, estima que o aquário receberá cerca de 500 mil turistas por ano. Ele ressalta a importância do complexo: “Nosso projeto foi feito detalhadamente para atender à população. O primeiro benefício do aquário, e talvez o mais importante, é o pedagógico, pois estudantes poderão fazer pesquisas no local. Outro benefício é o científico”, comentou.
Antigos
Cidades como Ubatuba, Santos e Guarujá, todas no litoral de São Paulo, já possuem aquários marinhos há mais de 30 anos, e recebem uma média de 600 mil visitantes por ano. “O nosso aquário é um dos únicos que já está sendo construído com este objetivo. A maioria dos aquários que existem estão em construções adaptadas”, observou Daudt. Toda a área no entorno do local, próxima à entrada da Ilha de Valadares, deverá ser revitalizada.
Desperdício
Mas como nem tudo são flores, alguns moradores de Paranaguá não simpatizam com a ideia do Aquário Marinho. Um dos funcionários do Mercado de Peixes, Normando Lopes, diz que a cidade de Paranaguá não tem condições de receber tantos turistas, e que o aquário é dinheiro jogado fora. “Ao invés de aplicarem esse dinheiro na saúde investem em um negócio desses”, indignou-se.
Outro funcionário do mercado, que preferiu não se identificar, disse que não acredita que o projeto vai dar certo. “Esse aquário vai ficar pronto e a prefeitura vai abandonar, como fez com a cidade”, criticou. O centro histórico de Paranaguá foi tombado recentemente pelo Patrimônio Histórico Nacional. Até então, os casarões coloniais eram tombados pelo Estado e pelo município. Obras de restauro e revitalização já iniciaram na cidade.