A equipe de astrônomos do Observatório Astronômico e Planetário do Colégio Estadual do Paraná tinha a intenção de passar a noite de ontem observando o planeta Marte, que desde às 6h51 de quarta-feira atingiu em sua órbita o ponto mais proximo da Terra, em 60 mil anos. O estudo só seria possível se o céu não ficasse encoberto.
Os quatro astrônomos do instituto pretendem registrar várias escalas de fotografias, onde através de placas de vidro poderão observar melhor detalhes do planeta. Entre eles, vão estudar o tamanho das calotas polares para verificar a variação de tamanho que ocorre com elas, o diâmetro aparente do planeta e estabelecer qual caminho o astro vai seguir no céu dentro de sua órbita. Segundo o diretor do observatório, José Manoel Luiz Ungaretti Silva, “através dos estudos podemos ter um melhor entendimento sobre o movimento do planeta e até da Terra, e a regularidade com que certos fenômenos ocorrem”.
As fotografias e apontamentos vão ser apresentados no 8.º Encontro Nacional de Planetários e 3.º Encontro de Planetários do Mercosul, em outubro, para uma posterior publicação. Os astrônomos pretendem observar o planeta até sábado.
Ontem pela manhã Marte entrou no seu periélio, isto significa que seguindo sua órbita o planeta atingiu o seu ponto mais próximo do Sol e da Terra, cerca de 55 milhões de quilômetros. Marte também vai estar em oposição, que é o momento em que uma linha pode ser traçada com o Sol numa ponta e Marte na outra, tendo a Terra entre eles. Eventos similares a este ocorrem entre 15 e 17 anos.
É possível ver Marte de todo o Brasil, uma vez que o planeta está ainda mais brilhante, já que Júpiter e Vênus estão do lado oposto. “Marte vai nascer sozinho, com a cor característica de uma lâmpada incandescente e poderá ser visto igualmente de todo o Brasil. Só vai depender das condições climáticas locais”, explica o astrônomo Enos Picazzio, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo. Quem quiser contemplar o planeta basta olhar para o leste, ele continua sendo visível com a mesma intensidade até meados de setembro.