Aprovados na Uniandrade ainda lutam pelas vagas

Os aprovados no vestibular de Direito do Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade), em Curitiba, estão desolados. No início deste mês, a 3.ª Vara da Justiça Federal de Curitiba vetou as cem matrículas efetuadas pelos alunos e ordenou que os valores pagos em juízo fossem devolvidos. O problema é que muitos deles se recusam a receber a quantia de volta: querem ingressar no centro universitário a qualquer custo. No Uniandrade, a informação é de que a instituição está recorrendo da decisão judicial e que, daqui a quinze dias, deve haver um parecer final.

“Não tenho interesse em retirar o dinheiro (R$ 499,00). Se eu fizer isso estarei “jogando a toalha?”, diz Marcos da Silva, de 31 anos, um dos aprovados no vestibular. Segundo ele, a esperança é que a situação se reverta. “Vou esperar até novembro ou dezembro. Se não tiver jeito, vou fazer o vestibular em outras instituições”, conta. Para ele, a pior parte é a frustração de não poder cursar a faculdade, mesmo depois de aprovado. “Nunca pensei que o vestibular seria cancelado, principalmente com a matrícula em mãos. Isso é muito doloroso.”

Para Priscila Aparecida Bueno, 21, que tenta ingressar em uma faculdade há três, a desolação não é menor. “Trabalho o dia inteiro e prestei vestibular no Uniandrade pensando em fazer o curso que sempre sonhei. Agora que passei e mesmo pagando, não poderei fazer o curso que quero”, reclama. Segundo ela, houve má-fé tanto por parte da instituição como da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), autora da ação contra o Centro Universitário. “No Uniandrade sempre dizem que vão dar um jeito e que, no máximo, meu dinheiro seria devolvido. Mas eu não quero o dinheiro. Quero a minha vaga”, desabafa.”Se a OAB já sabia que estava sendo ofertado um número maior de vagas, poderia ter tentado fazer alguma coisa antes”, critica.

Próximo ano

“Se para este ano não dá mais, queremos uma garantia por escrito de que vamos entrar na faculdade no ano que vem”, aponta Priscila. Para ela, uma maneira de o centro universitário tornar válidas as matrículas, sem desobedecer o Ministério da Educação (MEC) ? que estipulou em cem o número de vagas anuais para o curso de Direito ? seria não realizar novo concurso no verão.

Priscila não descarta a possibilidade de ingressar ação na Justiça, mas para isso precisaria entrar em contato com os demais aprovados. “Só consegui a listagem dos cem aprovados na 3.ª Vara Federal, mas é difícil localizar as pessoas. Por isso estamos ligando para os jornais: para tentar reunir o maior número de pessoas e entrar com ação conjunta”, explica Priscila, lembrando que os aprovados podem entrar em contato com ela através do fone (41) 373-6456.

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