Apresentadas propostas para o transporte coletivo

A comissão de licitação do transporte coletivo de Curitiba abriu ontem os envelopes com as propostas de preços dos três consórcios que participam da seleção.

Os números apresentados serão conferidos pela comissão, que pode indicar o resultado até o final deste mês. Não há prazo confirmado para isso. O edital do concurso prevê um limite máximo de taxa interna de retorno de 8,95%.

Se algum consórcio tiver inserido na proposta índice superior na proposta financeira, será automaticamente desclassificado. Os três consórcios foram aprovados na fase técnica.

Por enquanto, ainda não é possível afirmar se haverá aumento no preço da passagem de ônibus. “Não significa que a passagem vai subir. A prefeitura pode subsidiar. Hoje o valor do custo já está acima do valor da tarifa praticada”, afirma Fernando Ghignone, presidente da comissão de licitação e diretor de transportes da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo na cidade. A passagem custa R$ 2,20 e esse preço está em vigor desde janeiro de 2009.

Movimentos sociais estiveram presentes na audiência pública de abertura dos envelopes das propostas de preços e pediram a divulgação imediata dos valores. No entanto, a comissão optou por não fazer essa revelação. “Seria uma irresponsabilidade tornar público o que ainda precisa ser aferido”, comenta Ghignone.

De acordo com ele, a licitação já apresentou alguns avanços, principalmente na área técnica. Os três consórcios concorrentes se comprometeram a cumprir os índices máximos descritos no edital da licitação em termos de acessibilidade, motores modernos e uso de biocombustível, entre outros.

As empresas apresentaram que 75% dos ônibus terão motores Euro 3 e parte da frota contará com tanques de biocombustível (B100). A maioria dos veículos (80%) terá plataformas elevatórias e a velocidade média, para otimização da frota e do serviço, deve subir para 21 quilômetros por hora, contra os 16 quilômetros por hora atuais. Haverá ainda a redução na taxa de ocupação dos veículos. Os itens devem ser cumpridos em até 24 meses de vigência do contrato.

Mas o fator que talvez seja de maior destaque é a mudança na remuneração das empresas que vão operar o sistema. Atualmente, as empresas que possuem a permissão para o serviço recebem por quilômetro rodado.

Após a licitação, os repasses serão de acordo com a composição quilômetro rodado por passageiros pagantes. Isso significa que as empresas terão que trazer mais usuários para o sistema de transporte coletivo.