Aprendendo a fazer democracia desde cedo

Embora ainda não tenham idade para escolher quem vai governar o país, estudantes do ensino fundamental estão aprendendo na prática o que é uma eleição e como funciona o processo democrático. Nos colégios Opet e Expoente, em Curitiba, crianças participaram de eleições fictícias com o objetivo de levantar propostas de melhorias a serem realizadas dentro das instituições.

No Opet existe uma cidade mirim que funciona como uma cidade de verdade, sendo administrada por prefeito e vereadores. Após a realização de todo um processo eleitoral – que envolve filiação a partidos políticos, realização de convenções e comícios -, os governantes são eleitos através do voto dos demais estudantes da instituição.

?Para realizar as eleições, mantemos parceria com o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, que nos cede urnas eletrônicas e dá capacitação às crianças para utilizá-las. Desta forma, nossos alunos adquirem consciência da importância do voto e aprendem o que é ser político?, comenta a diretora do colégio, Juara de Almeida Ferreira.

Já no Expoente, os alunos da quarta série do ensino fundamental obtiveram, em sala de aula, conhecimentos sobre democracia. Posteriormente, se dividiram em nove partidos políticos e trabalharam para ganhar o voto dos demais alunos através da elaboração de propostas, como por exemplo organizar a fila da cantina no recreio, limpar o pátio da escola e minimizar o desperdício de água nos banheiros. ?Através da eleição fictícia, as crianças puderam ter uma vivência prática do que aprenderam em sala de aula, compreendendo melhor como funciona o processo eleitoral no Brasil?, explica a professora de História, Ipema Ribeiro Ferreira.

Políticos mirins

Após eleitas, muitas crianças não deixam de lado suas propostas e realmente se empenham para cumprir o que prometeram a seus eleitores. ?Vou organizar uma campanha de doação de livros para crianças carentes e pedir aos bombeiros para que venham à escola conversar com os alunos sobre acidentes. Para vencer a eleição, discursei e apresentei propostas. Não comprei eleitores com balas e presentes?, diz o estudante Paulo Humberto Couto Cunha, de nove anos, eleito vereador da cidade mirim do Opet para a gestão 2007.

Fernanda Bogado e Maximiano Angelotti Silva, ambos de 10 anos e participantes das eleições do Expoente, acreditam que, no futuro, vão ser melhores eleitores devido à oportunidade de participar de eleições dentro da escola. ?No futuro, vamos ser melhores cidadãos, sabendo escolher políticos honestos e diferenciar o que é certo do que é errado?, afirmam.

O trabalho desenvolvido pelos colégios também é aprovado pelos pais dos estudantes. ?Acho que o que está sendo ensinado às crianças é de fundamental importância. Aprendendo agora o que é ser um político digno e honesto, elas podem fazer a diferença no futuro, contribuindo para que o país seja melhor?, declara o pai de Yuri Schrederhof Cortes, que será prefeito no Opet no próximo ano, Marco Antônio Cortes. 

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