Foram apreendidos ontem cinco mil maços de cigarros falsificados, contrabandeados ou com o selo falso do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em Fazenda Rio Grande, Região Metropolitana de Curitiba. Este foi o resultado da operação que está sendo realizada pela Associação Brasileira de Combate à falsificação (ABCF) em parceria com a Polícia Federal e Civil, em todo o País. No Paraná, até sexta-feira Curitiba e cidades da Região vão estar na mira na ABCR. A cada ano o Brasil perde R$ 1,3 bilhão em arrecadação tributária e o Estado R$ 31,9 milhões em ICMS e R$ 43,8 milhões em impostos federais.
De acordo com o diretor geral de investigações da ABCF, João Rodolfo Ramazzini, foram percorridos 40 pontos entre bares, padarias e supermercados e a apreensão ficou dentro do esperado. “Apesar de haver muitos pontos de venda na cidade, a população é pequena,” disse. Hoje mais quatro cidades vão ser fiscalizadas na região. Quem estiver vendendo mercadoria irregular pode responder por crime de falsificação, fraude de comércio e até contrabando. Rodolfo espera que até o final do trabalho mais de 8 mil pacotes sejam apreendidos, o mesmo já registrado em Foz do Iguaçu, no Oeste, numa operação parecida. Ontem foram apreendidos cigarros falsificados das marcas Derby, Minister, Free, Plaza, além de outras contrabandeadas do Paraguai.
Comércio formal
A quantidade de cigarros vendidos de forma ilegal vem crescendo 12,6% ao ano em todo o País e gera uma perda na arrecadação tributária de R$ 1,3 bilhão (dado de 2001). Segundo dados da ABCF, a presença do comércio formal na rede de distribuição do contrabando aumentou significativamente ao longo do ano passado. O problema que era restrito a camelôs está presente em 50% de estabelecimentos como os bares, mercados e padarias, nas grandes cidades.
No Estado, são comercializados cerca de 1,8 milhão de cigarros ilegais por ano. Deste total, 54% são vendidos em pontos de venda formais e 46% pelas mãos de camelôs. Estima-se que 30% do varejo do Paraná já vendam o cigarro falso ou contrabandeado.
São Paulo é o líder do ranking de vendas de cigarros ilegais no País, com 23% do total, ao lado de Minas Gerais e do Pará, responsáveis, cada um, por 12% do total de vendas de cigarros ilegais no Brasil. O Paraná participa com 4% do valor total.
O combate a falsificação começou em Porto Alegre no ano passado e foram apreendidos 813 mil cigarros falsificados em um mês de atividades.
Outro problema gerado pelo produto ilegal são os prejuízos à saúde do consumidor, já que eles sofrem nenhum tipo de controle.