A tradicional marcha do Dia do Luto e da Luta dos professores da rede estadual de ensino não acontecerá este ano. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a nova gripe é o motivo do cancelamento. A data marca o confronto entre polícia e professores durante uma manifestação no dia 30 de agosto de 1988. Como neste ano o dia 30 cai num domingo, a mobilização foi transferida para a segunda-feira (31).

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A medida foi definida em conjunto pelo sindicato e as 29 regionais do Paraná. A preocupação, segundo a presidente do APP Sindicato, Marlei Fernandes de Carvalho, é com o trajeto de ônibus que os professores e funcionários de outras cidades teriam de percorrer.

“Não podemos colocar a categoria em risco. Cerca de 50 ônibus teriam que se deslocar para Curitiba, o que pode trazer riscos de contágio. A passeata foi cancelada pelo mesmo motivo, para evitar a aglomeração”, explica a presidente.

Para não deixar passar em branco, a categoria vai relembrar a data em eventos nas escolas. “As aulas terão 30 minutos ao invés de 50 e o restante do tempo vamos promover debates entre professores e alunos”, explica Marlei.

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Aproximadamente 85 mil professores e funcionários da rede estadual vão aproveitar a data para apresentar as reivindicações ainda não atendidas pelo governo. Além das perdas salariais, a APP pede a equiparação com os demais servidores estaduais com nível superior. Outro ponto de debate é a implementação da carga horária de 40 horas e a construção de um novo modelo de saúde para o funcionalismo estadual.

O Sistema de Assistência à Saúde (SAS) é um dos pontos mais criticados pela categoria. “Falta atendimento de especialistas para problemas adquiridos no trabalho, além de outras especialidades. Também há muita demora nas consultas”, salienta a presidente. Na mobilização, os professores responderão uma pesquisa, apontando o quadro da saúde dos servidores nas escolas estaduais.

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Na segunda-feira, ainda deve acontecer uma reunião entre representantes da categoria e do governo do Estado para a apresentação da pauta de reivindicações.