Aposentados devem fugir da ociosidade

Aos 88 anos de idade, o médico Moisés Paciornik ainda dá expediente em seu consultório. No Dia do Aposentado, comemorado hoje, ele dá a receita da sua disposição: trabalho, exercícios e boa alimentação. Ele aconselha quem está entrando nesta fase a não abandonar totalmente as atividades já que são elas são a garantia de um envelhecimento saudável.

Paciornik trabalha sete horas por dia porque gosta. “Quando tem cliente eu atendo, quando não, leio jornais”, explica. No entanto ele teve que diminuir as atividades, não faz mais operações e nem consultas que exijam esforço e nem habilidade manual.

Mas não só é o trabalho que garante a vitalidade, ele não descuida das atividades físicas. Há um mês ainda subia e descia pelas escada os dezenove andares do prédio em que mora. Além disto pratica, há 40 anos, a “ginástica brasileira”, que aprendeu com os índios. Ela consiste em se abaixar encostando toda a planta dos pés no chão. Depois se levantar erguendo os braços, olhando para trás. Deve-se fazer isto três vezes a cada 2 horas. O médico explica que quando se está sentado todos os músculos estão trabalhando e vai mais sangue para o cérebro. A prática, além de outros benefícios, acaba com dores nas costas e melhora o desempenho sexual. Outro fator importante destacado pelo médico é a importância de estar sempre arrumado.

Muitos aposentados já seguem o conselho de Paciornik e não deixam a rotina tomar conta da vida. Lurdes Correia Munhoz, de 63 anos, era funcionária pública. Aposentou-se há três anos. Além das atividades em casa, faz yoga, musculação, caminhadas e condicionamento físico. Lembra que quando se aposentou ficou um pouco perdida, ligou para o Sesc, que desenvolve atividades para a terceira idade e achou a solução. “Fiz vários amigos, aproveito para fazer o que não pude há tempos atrás”, conta.

Enquanto a reportagem de O Estado conversava com Lurdes, Hilda Rychuv, 67, esperava a sua vez de falar esbanjando energia. Ela dançava ao som da música que tocava na aula de dança de salão para outros idosos. “É uma fase boa da vida. Não dá para ficar em casa. A gente tem que sair, curtir e conhecer gente”, garante.

Neomar Merlin, 76, também esbanjava vitalidade. Se aposentou há 20 anos, mas só a quatro começou a fazer as atividades. “A vida estava parada, não tinha objetivos. Agora acabou a depressão e outros problemas”, afirma.

Segundo dados do INSS, o Paraná paga por mês a média de 1600 aposentados por idade. São pessoas que têm entre 60 e 99 anos.

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