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Pedro Santana e sua obra. |
Um presépio mecanizado feito de forma artesanal está chamando a atenção dos moradores de Fazenda Rio Grande, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele começou a ser construído há 35 anos pelo aposentado Pedro Santana e hoje conta com 75 casas e prédios. Mas o que mais chama a atenção de crianças e adultos é a roda d?água, o manjolo e outras engenhocas muito usadas até o início do século passado para moer milho, trigo e erva-mate.
Pedro conta que sempre gostou de presépios e como não tinha dinheiro para comprar as peças resolveu construí-las. No primeiro ano o presépio tinha um metro quadrado e já atraía a atenção dos vizinhos. No outro ano Pedro ampliou para 5 metros e não parou mais. A cada Natal, faz novas. Hoje a obra está com 32 metros quadrados e não cabe mais na casa dele. ?Já cheguei a receber mil visitantes?, diz. A solução foi começar a expor em salões paroquiais dos bairros onde morou.
Pedro, que era operador de máquinas, conta que reproduziu uma cidade que lembra a época em que Jesus Cristo nasceu. Pelas casas de madeira conta a trajetória de José e Maria quando pediram pouso em Belém para Maria dar à luz. Como o pedido foi negado, Jesus nasceu em uma estrebaria.
Todos os tempos
O trabalho do homem do campo também é lembrado. Uma roda d?água coloca em movimento o manjolo, que mói o trigo. Tem ainda uma engenhoca conhecida como roleta de erva-mate e até uma serraria. ?As pessoas gostam muito de ver as peças se movimentarem?, conta Pedro. O artesão também representou as cidades atuais, com prédios, parque de diversões e até um trem. ?É para lembrar que Jesus nasceu para todos os tempos?, diz.
Pedro começou a montar o presépio há um mês e teve a ajuda da comunidade. Na montagem foi usado madeira, pedras, terra e areia. Um motor elétrico dá vida aos personagens e engenhocas. ?No começo eles se moviam com ajuda de uma manivela. Quando chegava gente eu ia girá-la?, lembra Pedro. Ele ficou dois anos sem montar o presépio por motivo de saúde e falta de espaço. ?Fiquei com saudade. A gente ouve tanta coisa boa de crianças e adultos?, comenta.
Se dá trabalho para montar o presépio, também dá para desmontá-lo. Pedro guarda grande parte dos materiais em 15 caixas. Quando foi comprar a casa em que mora atualmente observou se havia um cômodo especial para acondicionar tudo. O presépio está exposto no salão paroquial da Igreja Nossa Senhora da Luz, na Rua Quero Quero, em Fazenda Rio Grande.
A história de Jesus Cristo todas as noites
Isabel Pimentel
Foi aberto na noite de ontem, na Praça do Atlético em Curitiba, o Presépio Vivo, uma série de encenações da vida de Jesus Cristo que acontecerá até o próximo dia 22, sempre das 20h às 22h. São mais de 100 atores voluntários que contam a história desde a anunciação do nascimento de Jesus até os seus feitos quando adulto, num espetáculo dividido em seis cenas. As apresentações são feitas em grupos de 30 pessoas dirigidas por guias.
Como existe patrocínio, o caminho este ano é todo coberto. A idéia do Presépio Vivo, segundo os organizadores Paulo Tosin, Haroldo Torres Alves e Maria Amélia Esperandio Tosin, é aproveitar a época de Natal, ?quando as pessoas ficam com o coração mais sensível?, para mostrar a mensagem de Jesus.
O ambiente foi todo decorado com bambus trazidos pela comunidade de Itaqui, onde vivem pescadores de Guaraqueçaba. Além de ser ecologicamente correto, o trabalho ajuda a comunidade carente.
A entrada custa 1kg de alimentos não perecíveis, menos sal e açúcar. O evento conta com o patrocínio da Drogamed, Cavo e Instituto de Oftalmologia de Curitiba.
Doação de óculos
O Instituto de Oftalmologia de Curitiba, um dos parceiros da promoção Presépio Vivo, abriu ontem a segunda ?Campanha de doação de óculos usados a carentes?. O objetivo é coletar junto à comunidade armações de óculos sem uso. Elas serão adaptadas para crianças e adultos de instituições assistidos pela comunidade cristã Ação Reviver. A campanha no ano passado beneficiou 350 pessoas. Uma ótica será trazida à Clínica para atender, informou um dos responsáveis pela campanha, o oftalmologista Luiz Geraldo Simões de Assis, fundador e diretor clínico do Instituto de Oftalmologia de Curitiba.
Além de contribuir, as pessoas poderão fazer diagnósticos, pois dois equipamentos estarão instalados na barraca para os exames. No auto-refrator, será possível verificar a refração ocular. E o tonômetro de ar permite detectar o glaucoma, doença que pode levar à cegueira.