Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

 Comemoração: chapa de Carlos Augusto foi homologada.

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O Colégio eleitoral da Universidade Federal do Paraná (UFPR) formulou, ontem, a lista tríplice com os nomes indicados ao cargo de reitor da instituição, que será enviada ao Ministério da Educação (MEC) até 23 de fevereiro do ano que vem, confirmando o nome de Carlos Augusto Moreira Júnior, reeleito em consulta popular com 46% dos votos. Formalmente, a decisão de quem vai ocupar o cargo de reitor deve ocorrer até abril.

O encontro de ontem foi realizado no Hospital de Clínicas, sob forte esquema de segurança feito por agentes da Polícia Federal (PF). Na semana passada, foram feitas diversas tentativas frustradas de realizar a reunião, quando estudantes descontentes com o resultado promoveram manifestações reivindicando sindicância sobre denúncias de irregularidades nas eleições. Ontem não houve confusão.

Homologação

O colégio eleitoral se reuniu por mais de três horas. Até o início do encontro, somente uma das duas chapas perdedoras havia retirado sua candidatura, atitude prevista segundo um "acordo de cavalheiros" existente na universidade, para reforçar a escolha feita nas urnas, incluindo somente o nome do vencedor na lista tríplice. O candidato da oposição, Francisco Marques, fez sua retirada somente ontem, por telefone.

Com isso, o nome de Carlos Augusto Moreira Júnior estava garantido na lista tríplice. Durante o encontro, o colégio eleitoral votou e indicou Marcelo Aranha e Rogério Molinari (para reitor e vice), e Elvo Fassbinder e Nivaldo Rizzi, em segundo e terceiro lugares na lista. "Encerramos o processo. O colégio cumpriu seu papel. A lista reflete os interesses da comunidade", afirmou a vice-reitora, Maria Tarcisa da Silva Bega.

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Legalmente a consulta popular realizada no dia 23 de novembro demonstra apenas a preferência da população universitária. A responsabilidade de ratificar o nome do novo reitor fica por conta do ministro da Educação, Fernando Haddad, que historicamente escolhe e referenda o primeiro nome da lista tríplice. "A reunião finalmente legitimou o processo conseguido nas urnas", comemorou Moreira Júnior, que admitiu surpresa pela desistência de Marques, dado o conflito que aconteceu com os estudantes. Desde sexta-feira, 40 deles ocupam uma sala da reitoria como forma de protesto.

A procuradora jurídica da UFPR, Dora Lúcia Bertúlio, garantiu que a lista tríplice e o seu envio para o MEC não serão afetados pela abertura da sindicância para apurar denúncias de uso de máquina pública pelos vencedores nas eleições, já que a consulta não é reconhecida pelo ministério.

Continuidade

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Moreira Júnior, já falando como reitor reeleito, afirmou que os projetos que marcaram sua primeira gestão devem ter continuidade nos próximos quatro anos. "Avanços como o Provar, as políticas de afirmação e cotas, e a extensão da UFPR para o litoral irão ter mais desmembramentos", afirmou. O reitor também ressaltou que irá promover um aumento da assistência estudantil e que irá aproveitar a sanidade financeira da instituição para investir em infra-estrutura interna. 

Audiência de conciliação entre instituição e alunos

Hoje, a ocupação da Sala dos Conselhos no prédio da reitoria da UFPR por alunos descontentes com o resultado da eleição para reitor completa cinco dias. Durante o período da tarde, a comissão de negociação da instituição avisou que os alunos tinham até 16h45 de ontem para sair, caso contrário a instituição iria pôr em prática um pedido de reintegração de posse.

No fim da tarde, o juiz federal Friedmann Wendpap, da 1.ª Vara Federal de Curitiba, designou audiência de conciliação entre os representantes legais da Universidade Federal do Paraná e do Diretório Central dos Estudantes (DCE), a ser realizada hoje.

Informados da decisão, os alunos deliberaram e ficaram de dar uma resposta até as 19h30. Ao fim de uma assembléia, eles informaram que não sairiam até participarem da audiência.

Os cerca de 40 alunos que permanecem no prédio, sob comando da Central dos Estudantes, invadiu a sala, na última sexta-feira, por não concordarem com o resultado eleitoral do pleito para reitor da universidade.

Segundo a UFPR, a invasão do prédio da instituição representa "um ato de grave hostilidade aos interesses coletivos e ao processo democrático, comprometendo o funcionamento de uma das mais importantes instituições federais sediadas no estado do Paraná".

Para Bruno Meirinho, representante do DCE que participou da ocupação, a manifestação não perdeu força com a homologação da escolha do reitor pelo colégio eleitoral, na manhã de ontem. "Ainda esperamos que a sindicância apure as denúncias de maneira correta." (DD)