Depois de suportar por três meses o cheiro forte vindo do aterro irregular formado no quilômetro 2 da Rodovia dos Minérios, os moradores dos bairros do Abranches e Taboão, em Curitiba, enfim têm motivos para comemorar. A Prefeitura iniciou ontem a intervenção para apagar o foco de incêndio do lixão, que proporcionava o cheiro, parecido com de gás, em toda a região. A “operação emergência”, conforme foi denominada pela Prefeitura há mais de um mês, contou com a ajuda de tratores esteiras e apoio técnico do Corpo de Bombeiros, devido ao risco de combustão.
O primeiro passo foi preparar o terreno para a entrada dos caminhões e então iniciar a retirada do lixo, estimado em 30 mil metros cúbicos. Segundo o diretor do Departamento de Pesquisa e Monitoramento Ambiental, Edison Reva, seriam retiradas camadas de meio metro até encontrar o foco de incêndio. O material, formado por caliças, plásticos, papelões e terra, será encaminhado para o aterro do Caximba. A expectativa é que a intervenção para localizar o foco dure mais dois dias.
Estima-se que o aterro foi formado logo depois de outubro do ano passado, quando o proprietário do local, Edson Mello, pediu à prefeitura uma autorização que não foi concedida. Mas foi em março deste ano que começou a aparecer no lixo a fumaça e o cheiro ruim. Após denúncias e reclamações dos moradores do Abranches e do Taboão, que já estavam apresentando problemas respiratórios, a Prefeitura notificou o proprietário. Não bastassem os danos à saúde pública, o lixão significava um problema ambiental, devido à existência de um córrego no fundo do terreno.
Apesar de ter sido notificado, o proprietário não tomou providências. Há pouco mais de um mês, a Prefeitura conseguiu na Justiça uma liminar que autorizava a intervenção. Segundo Edson Reva, além das ações administrativas, o proprietário poderá responder à ação civil e criminal. A intenção é arrolar no processo os custos da operação, que deverá ser concluída nos próximos dias.